Lula concede asilo a Nadine Heredia, ex-primeira-dama do Peru condenada por corrupção

O ex-presidente do Peru, Ollanta Humala, e sua esposa, Nadine Heredia, foram condenados a quinze anos de prisão por corrupção relacionada à empreiteira brasileira Odebrecht. A condenação foi confirmada por depoimentos de executivos da empresa, que revelaram o recebimento de 3 milhões de dólares em propinas. Humala é o quarto presidente peruano a ser preso por corrupção.

Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) anunciou que investigará o uso de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para transportar Heredia ao Brasil, após seu pedido de asilo. A ex-primeira-dama chegou ao Brasil em 16 de abril de 2025, logo após a condenação. O deputado Filipe Barros (PL-PR) protocolou um pedido de auditoria, questionando se houve desvio de finalidade no uso da aeronave.

A Câmara dos Deputados aprovou moções de repúdio à concessão de asilo a Heredia e convocou o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para prestar esclarecimentos. Os parlamentares argumentam que a decisão contraria a Convenção de Caracas de 1954, que proíbe a concessão de asilo a condenados por crimes comuns, a menos que haja motivação política clara.

O deputado Luciano Zucco (PL-RS) criticou a ação do governo, afirmando que o Brasil se torna um "porto seguro para criminosos do colarinho branco". A operação de transporte de Heredia, segundo os opositores, representa um custo desnecessário aos cofres públicos e compromete a imagem internacional do Brasil.

A defesa de Humala e Heredia alega que a condenação é uma perseguição política. O caso, que envolveu um dos maiores escândalos de corrupção na história recente do Peru, destaca as semelhanças entre os contextos político e judicial do Brasil e do Peru.