20 de abr 2025
Mario Vargas Llosa: da literatura à política e o flerte com a extrema direita
Mario Vargas Llosa, após se afastar da política, agora flerta com a extrema direita, apoiando figuras polêmicas como Keiko Fujimori e Jair Bolsonaro.
O escritor Mario Vargas Llosa em evento político organizado pela oposição venezuelana, em 2014 (Foto: Federico Parra / AFP)
Ouvir a notícia:
Mario Vargas Llosa: da literatura à política e o flerte com a extrema direita
Ouvir a notícia
Mario Vargas Llosa: da literatura à política e o flerte com a extrema direita - Mario Vargas Llosa: da literatura à política e o flerte com a extrema direita
Vargas Llosa e a Política: Do Liberalismo à Extrema Direita
O renomado escritor Mario Vargas Llosa iniciou sua trajetória política em 1987, com a fundação do Movimiento Libertad, em protesto contra a nacionalização de bancos promovida pelo então presidente peruano Alan García. O autor de “Conversa na Catedral” viu na medida um risco à economia do país.
O movimento político surgiu a partir de um artigo publicado no jornal El Comercio, que convocou a população a se manifestar contra a política econômica de García. Em pouco tempo, Vargas Llosa liderou grandes comícios, como o que reuniu 130 mil pessoas na Praça San Martín.
A candidatura à presidência em 1990 marcou o auge da participação de Vargas Llosa na política. O escritor, que antes flertou com o marxismo e a Revolução Cubana, apresentou um programa ultraliberal, defendendo a privatização de estatais e a redução de direitos trabalhistas.
Em seu livro “Peixe na Água”, lançado em 1993, Vargas Llosa descreve seu choque com o cenário político. Ele admitiu que seu movimento reproduziu vícios de outros partidos, como o caudilhismo e o caciquismo. O escritor também reconheceu sua falta de experiência em lidar com as massas.
Após a derrota para Alberto Fujimori, Vargas Llosa se afastou da política ativa, mas continuou a se manifestar sobre temas relevantes. Nos últimos anos, o escritor surpreendeu ao se aproximar da extrema direita, apoiando figuras como Keiko Fujimori, filha do ex-ditador peruano, e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.
Em 2022, Vargas Llosa declarou preferir a vitória de Bolsonaro à volta de Lula à presidência do Brasil. O escritor também endossou o chileno José Antonio Kast, admirador do ditador Augusto Pinochet, demonstrando uma mudança em suas convicções democráticas.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.