Política

Canais misóginos no YouTube lucram bilhões com conteúdos de ódio às mulheres

Canais de ódio à mulher no YouTube acumulam bilhões em visualizações e receitas, enquanto mulheres enfrentam ataques nas redes sociais.

Canais estão cada vez mais organizados e profissionalizados (Foto: Dushka / IA)

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A proliferação de conteúdos machistas nas redes sociais e plataformas de vídeo tem gerado preocupações, especialmente após o lançamento da minissérie "Adolescência" pela Netflix. Um estudo do Laboratório de Estudos de Internet (NetLab) revelou que 137 canais no YouTube que promovem ódio à população feminina acumulam 3,9 bilhões de visualizações e geram receitas significativas.

Esses canais, associados a grupos como incels e redpills, têm se mostrado altamente lucrativos. A coordenadora da pesquisa, Luciane Belin, destaca que esses perfis não apenas atraem visualizações, mas também possuem modelos de monetização variados. Desde 2022, houve um aumento significativo na criação desses canais, que incluem podcasts e transmissões ao vivo. Um exemplo é um influenciador que arrecadou R$ 68 mil em apenas 257 transmissões.

Mulheres enfrentam crescente hostilidade ao usarem redes sociais. A cantora Julie Yukari, por exemplo, sofreu ataques após postar uma foto em roupa de ginástica. Ela percebeu que um homem com muitos seguidores havia compartilhado sua imagem, gerando comentários machistas. Julie decidiu fechar suas mensagens diretas no Instagram devido ao assédio.

A pesquisa também revelou que a indústria da misoginia se sustenta por meio de e-books, cursos e consultorias que chegam a custar até R$ 2 mil. Além disso, influenciadores têm migrado para esse nicho, promovendo conteúdos que defendem comportamentos agressivos e estereotipados. A fundadora da plataforma Contente.vc, Daniela Arrais, aponta que esses perfis engajam de forma eficaz, aumentando sua visibilidade nas redes.

Plataformas de redes sociais foram consultadas sobre suas políticas contra conteúdos misóginos. O YouTube informou que removeu mais de 2,4 milhões de vídeos por violarem suas regras entre janeiro e setembro de 2024. No entanto, a Meta e o TikTok não se manifestaram sobre o assunto.

Diante desse cenário, Luciane Belin enfatiza a urgência de debater o tema. "Os donos desses perfis usam a liberdade de expressão para disseminar o ódio," afirma. Sil Bahia, da ONG Olabi, ressalta que a responsabilidade não deve recair apenas sobre os pais, mas deve envolver toda a sociedade na busca por soluções.

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