09 de mai 2025
Estados Unidos enfrentam aumento do autoritarismo competitivo sob governo Trump
O aumento da retaliação política nos EUA sob Trump revela um preocupante avanço do autoritarismo competitivo.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conversa com jornalistas na Casa Branca (Foto: Eric Lee/NYT)
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O autoritarismo contemporâneo se manifesta em líderes eleitos que utilizam instituições públicas para reprimir a oposição. Essa prática é observada em países como Hungria e Venezuela. Nos Estados Unidos, o governo Trump intensificou essa retaliação, utilizando agências governamentais para investigar críticos e ameaçar doadores e veículos de comunicação.
O autoritarismo competitivo é um sistema onde partidos competem nas eleições, mas o abuso de poder por parte de quem está no poder prejudica a oposição. O governo Trump exemplifica essa dinâmica ao mobilizar agências de segurança contra críticos, como Christopher Krebs e Miles Taylor, que desafiaram suas alegações de fraude eleitoral. Além disso, o governo abriu investigações contra a procuradora-geral de Nova York, Letitia James, e atacou grandes escritórios de advocacia que considera aliados do Partido Democrata.
Os doadores do Partido Democrata também enfrentam retaliações. Em abril, Trump ordenou investigações sobre a plataforma ActBlue, visando enfraquecer a arrecadação de fundos de seus rivais. Essa pressão levou doadores a temerem investigações fiscais e a buscarem assessoria jurídica adicional. A mídia não escapou, com Trump processando veículos como ABC News e CBS News, enquanto politizava a Comissão Federal de Comunicações (FCC) para atacar a mídia independente.
Retaliações e Medidas Punitivas
O governo Trump também direcionou ataques a universidades, abrindo investigações sobre programas de diversidade e ameaçando cortar financiamentos. Instituições como Harvard enfrentaram a revogação de status de isenção fiscal e congelamento de subsídios. O clima de medo se estendeu a políticos republicanos, que relataram ameaças de violência por parte de apoiadores de Trump.
Essas ações aumentaram significativamente o custo da oposição nos Estados Unidos. Embora a retaliação não chegue ao nível de regimes autocráticos como na Rússia, a pressão sobre críticos e opositores se intensificou. A resposta da sociedade civil tem sido tímida, com muitos líderes optando pelo silêncio diante das ameaças.
A resistência ao autoritarismo é possível, como demonstram exemplos de outros países. A sociedade civil americana possui recursos financeiros e organizacionais para enfrentar essa ofensiva. No entanto, a ação coletiva é essencial para compartilhar os custos da resistência e fortalecer as defesas democráticas. A mobilização de cidadãos comuns já tem mostrado resultados, e é crucial que líderes influentes sigam esse exemplo para reverter a tendência autoritária.
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