Adolescentes enfrentam autoaversão; especialista propõe caminhos para superação

Blaise Aguirre, psiquiatra infantil e adolescente do Hospital McLean, se especializou em autoaversão, um fenômeno crescente entre adolescentes. Em seu livro "I Hate Myself: Overcome Self-Loathing and Realize Why You’re Wrong About You", ele explora como essa condição afeta a saúde mental dos jovens. Aguirre, também professor na Escola de Medicina de Harvard, oferece um curso sobre o tema, abordando o impacto do diálogo interno negativo e como pais podem ajudar seus filhos a superarem essa luta.

A autoaversão, segundo Aguirre, se origina de experiências precoces e estilos parentais que moldam a autopercepção. Ele observa que muitos jovens que enfrentam essa condição são altamente sensíveis e frequentemente sofreram bullying ou abuso. Essa percepção negativa se torna parte de sua identidade, influenciando decisões e relacionamentos. Aguirre destaca que a terapia comportamental dialética (DBT) é um tratamento eficaz, ajudando a reduzir comportamentos autodestrutivos e a melhorar a autoestima.

Aguirre também discute o papel da tecnologia na amplificação da autoaversão, com mensagens de marketing que reforçam a insatisfação pessoal. Ele diferencia a autoaversão da depressão, explicando que, enquanto a depressão pode gerar insatisfação com a vida, a autoaversão é uma crítica interna mais profunda e persistente. O tratamento deve focar em abordar essa crítica, utilizando ferramentas como a DBT, que ensina habilidades de regulação emocional e tolerância ao estresse.

Para os pais, Aguirre recomenda a validação emocional como uma abordagem essencial. Ouvir as dificuldades dos filhos sem tentar resolver imediatamente pode proporcionar um espaço seguro para que eles se sintam compreendidos. Essa prática pode ser fundamental para ajudar os jovens a desenvolverem uma autoimagem mais positiva e a superarem a autoaversão.