Música instrumental pode melhorar a atenção de crianças com TDAH, aponta pesquisa

Música instrumental pode auxiliar no foco de crianças com TDAH, aponta estudo

Pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Neurotecnologia Responsável (INCT NeuroTec-R) identificaram que a música instrumental de fundo pode reduzir erros em tarefas realizadas por crianças com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). A pesquisa, conduzida na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), também observou benefícios em crianças sem o transtorno.

Prevalência e desafios do TDAH

O TDAH afeta entre 5% a 8% das crianças em todo o mundo e pode atingir 2,5% dos adultos. O transtorno, caracterizado por dificuldades de atenção, hiperatividade e impulsividade, impacta o aprendizado e a qualidade de vida. A diversidade do TDAH exige abordagens de tratamento variadas e contínuas.

Como foi realizada a pesquisa

O estudo envolveu 76 meninos de 10 a 12 anos, divididos em grupos com e sem diagnóstico de TDAH. Os participantes realizaram um teste em computador com e sem música instrumental de fundo. O repertório musical foi escolhido com base nas preferências dos jovens, com as letras removidas.

Resultados e descobertas

As crianças cometeram menos erros na tarefa ao ouvirem música, independentemente de terem ou não TDAH. O tempo de reação não foi significativamente alterado, sugerindo que a música não melhora a atenção diretamente, mas cria um ambiente mais favorável ao foco.

Música e o cérebro

Os pesquisadores acreditam que a música estimula a motivação e o estado de alerta, favorecendo a atenção seletiva e a regulação emocional. A revisão sistemática da equipe demonstrou que a música instrumental pode ser benéfica, dependendo do gênero e do contexto da tarefa.

Recomendações e próximos passos

Especialistas recomendam que pais e educadores experimentem incluir música instrumental durante as atividades de crianças com TDAH ou dificuldades de concentração. É importante observar a resposta individual e escolher músicas do interesse da criança. O transtorno tem um forte componente genético, com cerca de 30% das crianças diagnosticadas tendo um ou ambos os pais com o mesmo problema.