Cacau cerimonial: a conexão entre tradição, espiritualidade e ciência moderna

Cacau cerimonial: da tradição ancestral ao sucesso nas redes sociais

O cacau, fruto nativo da Amazônia, ganha destaque com relatos de experiências transformadoras em festas sem álcool. A bebida, conhecida como “cacau cerimonial”, desperta curiosidade e debate sobre seus efeitos no cérebro, embora a ciência ainda careça de evidências robustas.

Historicamente, o cacau era utilizado por povos indígenas em rituais de purificação e celebrações espirituais. A tradição persiste, com o fruto sendo considerado um alimento capaz de estimular o corpo e o espírito. O nome científico, Theobroma cacao, traduz-se como “alimento dos deuses”.

Preparo e diferenciação do cacau cerimonial

A terapeuta holística Riane Amorim explica que o cacau cerimonial é preparado com barras de cacau 100% dissolvidas em água morna, podendo incluir pimenta caiena e outras especiarias. A versão servida em festas sem álcool pode ser mais elaborada e refrigerada.

Riane Amorim ressalta a importância de utilizar sementes orgânicas, produzidas de forma simples e, preferencialmente, pelo sistema cabruca, que combina agricultura e proteção da mata. A diferença entre o cacau cerimonial e os pós industrializados é crucial, comparável a um milho na espiga e um salgadinho.

Efeitos do cacau no cérebro: o que diz a ciência

O neurologista Rafael Ribeiro Spera destaca que o cacau possui propriedades que regulam o humor e estimulam o cérebro. A teobromina, similar à cafeína, e substâncias como triptofano e feniletilamina contribuem para a sensação de bem-estar.

Ainda que promissor, o neurologista alerta que o potencial do cacau no tratamento de doenças mentais, como depressão, demência ou Alzheimer, não é comprovado cientificamente. É importante não considerar o cacau como substituto a tratamentos médicos.

Benefícios do cacau para a saúde vascular

A nutricionista Priscilla Primi enfatiza os benefícios do cacau para o sistema vascular, devido às suas propriedades antioxidantes, como fitoquímicos, polifenois e flavonoides. O consumo de cacau 100% é o mais indicado, mas versões com menor porcentagem podem ser uma opção para quem não aprecia o sabor amargo.