22 de abr 2025
Cochilos no trabalho: um em cada três funcionários admite já ter dormido durante o expediente
Cochilos no trabalho são uma realidade para 34% dos funcionários, especialmente da geração Z. Especialistas defendem a prática, mas alertam para a falta de políticas formais nas empresas.
Um em cada três trabalhadores admite cochilar durante o horário de trabalho, diz levantamento. Destes, mais de 40% fazem parte da geração Z. (Foto: Mumtaaz Dharsey/Adobe Stock)
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Pesquisa revela: um terço dos trabalhadores brasileiros admite cochilar no expediente
Um levantamento da plataforma Indeed aponta que 34% dos funcionários já tiraram uma soneca durante o horário de trabalho no último ano. A prática, mais comum entre a geração Z (41%), é vista por especialistas como benéfica para a saúde mental e produtividade, mas ainda enfrenta resistência nas empresas.
O estudo, realizado em janeiro com mais de mil profissionais, mostra que a flexibilidade de horários influencia a adesão ao cochilo. Profissionais mais jovens tendem a ser mais abertos à prática, enquanto os mais experientes valorizam a rotina tradicional, conforme análise de Lucas Rizzardo, diretor de vendas do Indeed no Brasil.
Algumas empresas já investem em tecnologias para monitorar a produtividade, como softwares que rastreiam a duração de ligações. Rizzardo alerta que o gerenciamento deve ser estratégico, evitando o microgerenciamento, especialmente em posições de entrada e no modelo de trabalho remoto.
Privação de sono é um problema crescente
A especialista em sono Thábita Maganete destaca que a privação de sono afeta intensamente trabalhadores em turnos, como médicos e operários. Ela ressalta que a discussão sobre a saúde do sono ainda é tabu nas organizações brasileiras, devido à falta de estudos recentes sobre o tema.
A OMS recomenda entre 7 e 8 horas de sono por noite. Cochilos planejados podem melhorar a memória, fortalecer o sistema imunológico e prevenir doenças, mas o tempo deve ser controlado, segundo Maganete.
Empresas precisam de políticas claras sobre o descanso
A especialista em RH, Roberta Rosenburg, aponta que a falta de políticas formais sobre o sono é um obstáculo. No modelo presencial, o gerenciamento é mais fácil, pois requer espaços adequados e autorização. No remoto, o controle é mais difícil.
Rosenburg defende a abertura de diálogo entre colaboradores e líderes, diferenciando controle de produtividade. Acordos prévios com gestores e a reorganização da rotina são importantes para que o cochilo não seja visto como desvio de conduta.
Para quebrar o gelo sobre o assunto, a empresária Thais Fabris, cofundadora do Direitos Descansistas, defende a adoção do cochilo como benefício no pacote de bem-estar, com a criação de salas de descanso ou a permissão de time off sem justificativa no modelo remoto.
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