Terapia cognitiva com mindfulness se mostra eficaz para tratar depressão resistente

Um estudo britânico publicado na revista The Lancet Psychiatry revela que a terapia cognitiva baseada em mindfulness pode ser eficaz para pacientes com depressão resistente. Essa abordagem combina técnicas de meditação com princípios da terapia cognitivo-comportamental, visando melhorar a resposta emocional e reduzir padrões de pensamento negativo.

Cerca de 50% dos pacientes com depressão não apresentam remissão dos sintomas após o tratamento inicial, geralmente composto por psicofármacos e psicoterapia. A pesquisa envolveu 234 pacientes que não responderam a uma terapia convencional de alta intensidade. Os participantes foram divididos em dois grupos: um recebeu o tratamento habitual e o outro, além disso, participou da terapia cognitiva com mindfulness por videoconferência.

A intervenção consistiu em oito sessões semanais e uma entrevista individual. Os resultados mostraram uma melhora significativa na sintomatologia depressiva e na ansiedade, além de um aumento no bem-estar mental. Os efeitos foram observados durante a intervenção e se mantiveram por até seis meses após o término.

Os pesquisadores destacam que a terapia é economicamente viável e pode ser uma alternativa promissora para pacientes que não respondem a tratamentos tradicionais. O psicólogo Thorsten Barnhofer, autor do estudo, explica que a meditação de atenção plena ajuda os pacientes a reconhecer e se desvincular de padrões de pensamento negativos, promovendo uma melhor regulação emocional.

Entretanto, especialistas alertam que nem todas as práticas de mindfulness são adequadas para tratar a depressão. A aplicação deve ser feita por profissionais qualificados e seguir um protocolo rigoroso. A pesquisa reforça a necessidade de abordagens personalizadas no tratamento da depressão, considerando as especificidades de cada paciente.