20 de jun 2025

Biblioterapia se destaca como método eficaz para promover bem-estar e saúde mental
Estudos recentes mostram que a biblioterapia criativa pode aliviar estresse e ansiedade, mas sua eficácia varia entre os leitores.

A biblioterapia pode incluir recomendações de não-ficção e literatura de autoajuda para melhorar o bem-estar das pessoas (Foto: Getty Images/BBC)
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A biblioterapia, prática que utiliza a leitura como ferramenta de apoio à saúde mental, tem ganhado destaque desde suas origens na Primeira Guerra Mundial. Recentes estudos apontam que a biblioterapia criativa pode ser eficaz no alívio de estresse e ansiedade, embora especialistas alertem para sua eficácia variável e potenciais efeitos negativos em certas condições de saúde mental.
Elizabeth Russel, professora e bibliotecária de Connecticut, vivenciou a biblioterapia em 2017, durante um divórcio difícil. Após responder a um questionário e ser entrevistada pela biblioterapeuta Ella Berthoud, recebeu recomendações literárias que a ajudaram a compreender melhor sua situação. "Isso abriu algo dentro de mim que precisava ser curado", afirma Russel.
A biblioterapia, que inclui tanto ficção quanto não-ficção, é vista como uma forma de melhorar o bem-estar e auxiliar em momentos difíceis. Defensores da prática argumentam que a leitura pode ajudar os indivíduos a processar emoções e encontrar estratégias de enfrentamento. Um artigo de 2016 na revista The Lancet sugere que a literatura pode "aliviar, restaurar e revigorar uma mente aflita".
Entretanto, a eficácia da biblioterapia não é universal. Especialistas, como James Carney, alertam que a leitura não é um remédio para todos. A prática pode ser benéfica, mas depende do tipo de livro e da relação do leitor com a obra. A biblioterapia não substitui tratamentos tradicionais, mas pode ser uma ferramenta complementar poderosa.
A organização britânica The Reading Agency, com seu programa Reading Well, tem curado listas de livros para diversas condições de saúde mental, facilitando o acesso a obras que realmente ajudam. Desde 2013, mais de 3,9 milhões de livros foram emprestados, com feedback positivo de leitores que se sentiram compreendidos e apoiados.
Contudo, a pesquisa sobre os efeitos da leitura na saúde mental ainda é limitada. Embora muitos leitores relatem benefícios, como aumento da empatia e redução do estigma, a relação entre leitura e bem-estar não é simples. Estudos indicam que a leitura pode ser prejudicial em alguns casos, especialmente para pessoas com transtornos alimentares, que podem se sentir impactadas negativamente por personagens que refletem suas lutas.
A biblioterapia, portanto, é uma prática que pode oferecer suporte emocional, mas deve ser abordada com cautela. A escolha dos livros e a forma como os leitores se envolvem com a leitura são cruciais para determinar os benefícios. Para aqueles interessados em explorar essa abordagem, participar de clubes de leitura ou visitar bibliotecas pode ser um bom começo.
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