23 de jun 2025

Medicamento experimental aumenta gasto energético e não interfere no apetite
Medicamento SANA apresenta resultados promissores na termogênese e perda de peso, podendo transformar o tratamento da obesidade.

Após bons resultados em testes pré-clínicos e na primeira fase do ensaio clínico, pesquisadores planejam começar a testar a eficácia do composto em pacientes obesos ainda este ano (Foto: Carlos Escande/Created in https://BioRender.com)
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Um novo medicamento experimental, denominado SANA, mostrou-se promissor na promoção da termogênese e na perda de peso, segundo um estudo publicado na revista Nature Metabolism. O composto, que atua estimulando o tecido adiposo a gastar energia para gerar calor, apresentou resultados positivos em testes com animais e indicações favoráveis em humanos.
Os testes realizados em camundongos demonstraram que SANA não apenas previne o acúmulo de gordura em dietas ricas em lipídeos, mas também reverte a obesidade e melhora disfunções metabólicas, como a resistência à insulina. Resultados preliminares de um ensaio clínico de fase 1 em humanos indicam segurança e benefícios no controle glicêmico. Carlos Escande, coordenador da pesquisa no Institut Pasteur de Montevideo, destacou que, embora os resultados sejam encorajadores, o estudo envolveu um grupo pequeno e mais pesquisas são necessárias.
Mecanismo de Ação
SANA, um derivado do salicilato, foi inicialmente desenvolvido para ter ação anti-inflamatória. No entanto, os pesquisadores descobriram que o fármaco protege contra a obesidade induzida por dieta. Em dois modelos experimentais, a administração de SANA resultou em uma redução de 20% da massa corporal em camundongos obesos após três semanas de tratamento. O medicamento atua de forma inovadora, utilizando a creatina como fonte de energia para a termogênese, sem depender da proteína UCP1, normalmente envolvida nesse processo.
Os testes mostraram que SANA ativa a termogênese mesmo em camundongos geneticamente modificados para não expressar a UCP1. Esse mecanismo único permite que o fármaco seja combinado com outras substâncias já utilizadas no tratamento da obesidade, como análogos de GLP-1. A pesquisa, que contou com a colaboração de diversos especialistas brasileiros, abre novas possibilidades no combate à obesidade, uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
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