Saúde

Cultura do "sempre disponível" prejudica saúde mental no ambiente de trabalho

Líderes que promovem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional penalizam funcionários que se desconectam, distorcendo critérios de mérito.

Pesquisa revela o viés silencioso que está minando a produtividade e moldando mal o futuro da liderança (Foto: Tero Vesalainen/Getty Images)

Pesquisa revela o viés silencioso que está minando a produtividade e moldando mal o futuro da liderança (Foto: Tero Vesalainen/Getty Images)

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Empresas enfrentam paradoxo entre bem-estar e comprometimento

Uma pesquisa recente revela que líderes que promovem o equilíbrio entre vida pessoal e profissional penalizam, de forma inconsciente, funcionários que se desconectam. O estudo, conduzido por Eva Buechel, da University of South Carolina, e Elisa Solinas, da IE University, foi publicado em maio de 2025 na revista Organizational Behavior and Human Decision Processes.

Os dados mostram que, mesmo reconhecendo que a desconexão melhora a produtividade, líderes tendem a avaliar negativamente aqueles que se afastam do trabalho fora do expediente. Em 16 experimentos com 7.800 líderes, foi constatado que funcionários que mantêm limites pessoais são vistos como menos comprometidos e confiáveis, mesmo quando apresentam desempenho equivalente a colegas que não se desconectam.

O impacto do presenteísmo digital

Esse fenômeno, denominado presenteísmo digital, distorce critérios de mérito e premia comportamentos insustentáveis. A pesquisa destaca que muitos gestores que defendem o equilíbrio entre vida e trabalho, na prática, favorecem aqueles que estão sempre disponíveis. Essa cultura de hiperdisponibilidade pode levar a um ciclo vicioso, resultando em altos níveis de esgotamento e, consequentemente, em 23% mais rotatividade e 41% mais absenteísmo nas empresas, segundo a Gallup.

As autoras sugerem cinco passos para reverter essa situação. É fundamental revisar a definição de comprometimento, reconhecendo que profissionais que sabem se desligar e recarregar são mais valiosos. Para que as empresas realmente valorizem o bem-estar, é necessário alinhar discurso e prática, reconhecendo a desconexão como um sinal de maturidade e alta performance.

Mudança cultural necessária

A pesquisa evidencia que a solução não está apenas nas políticas formais, mas nas normas culturais que orientam decisões. O desafio é transformar a percepção de que estar sempre disponível é sinônimo de engajamento. A mudança de mentalidade é essencial para garantir que os melhores talentos sejam aqueles que entregam resultados de forma sustentável, e não apenas os que se sacrificam em nome do trabalho.

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