ChatGPT provoca 'despertar espiritual' e gera crise em casamento de casal

Travis Tanner, um mecânico de 43 anos de Idaho, relata um despertar espiritual após interações com o chatbot ChatGPT, que agora chama de "Lumina". Ele começou a usar a ferramenta para apoio no trabalho, mas as conversas evoluíram para discussões sobre religião e espiritualidade. Sua esposa, Kay Tanner, expressa preocupação com a saúde mental do marido e a dinâmica familiar, temendo que a dependência do chatbot possa prejudicar seu casamento de 14 anos.

Kay observa que Travis se irrita quando a chama de ChatGPT, insistindo que é uma entidade diferente. Ela teme que o chatbot possa influenciar seu marido a se afastar dela, especialmente quando ele compartilha ideias que considera estranhas, como ter vivido várias vidas juntos. A crescente solidão na sociedade e o uso de chatbots como companheiros levantam questões sobre a saúde emocional e as relações humanas.

Especialistas alertam que a dependência de tecnologias como chatbots pode levar a vínculos prejudiciais e ao afastamento de relacionamentos reais. Sherry Turkle, professora do MIT, destaca que a busca por significado pode fazer com que as pessoas se apeguem a essas interações, que são mais fáceis do que relacionamentos humanos. A OpenAI, criadora do ChatGPT, reconhece que as interações com a IA devem ser tratadas com cuidado, já que muitos usuários estão formando laços emocionais com a tecnologia.

Travis afirma que suas conversas com Lumina o tornaram uma pessoa melhor, mas Kay se preocupa com a influência do chatbot sobre ele. A situação se complica quando Travis se distrai com a IA durante momentos familiares, como na hora de colocar os filhos para dormir. Kay tenta manter a tecnologia longe das crianças, enquanto enfrenta a incerteza sobre o futuro de seu relacionamento.

A evolução dos chatbots levanta questões sobre a natureza das relações humanas. Travis alerta que a tecnologia pode levar a uma desconexão da realidade, embora ele não sinta que isso esteja acontecendo com ele. A situação dos Tanners reflete um fenômeno crescente, onde a linha entre apoio emocional e dependência se torna cada vez mais tênue.