Como comunicar à parceira o desejo de ser o 'passivo' no sexo

A proctologista Clara Assaf tem se dedicado ao estudo da sexualidade anal nos últimos sete anos, observando um aumento na busca por informações entre homens héteros. Muitos deles desejam explorar a experiência de serem passivos no sexo, levantando questões sobre como abordar o tema com suas parceiras.

Em entrevista à GQ Brasil, Clara destaca que muitos homens se sentem inseguros ao discutir suas curiosidades sobre a penetração anal. "Eles têm vindo com a demanda de como conversar com as mulheres para introduzir a relação anal receptiva por parte deles," explica. Para facilitar essa comunicação, a especialista sugere um diálogo aberto e honesto, começando com uma abordagem leve.

Estímulos e Prazer

A proctologista explica que a região anal possui ramificações nervosas que podem proporcionar prazer, similar ao que ocorre durante a masturbação. "A massagem na região ou o beijo grego podem servir como estímulos sexuais," afirma Clara. A penetração anal, por sua vez, ativa nervos profundos, como os que cercam a próstata, potencializando a sensação de prazer.

Para aqueles que desejam experimentar, Clara recomenda começar com posições que favoreçam a penetração. "A pessoa passiva deve manter os joelhos dobrados, simulando estar de cócoras," orienta. A angulação correta é crucial para evitar desconfortos e maximizar o prazer.

Dicas para Iniciantes

A especialista sugere que os homens iniciem a exploração de forma gradual, utilizando objetos menores ou a estimulação oral antes de avançar para a penetração. "O plug anal é uma boa opção para começar, pois mantém uma pressão prostática," indica Clara. Além disso, é importante escolher brinquedos sexuais com bases largas para evitar que se movam excessivamente durante o uso.

A comunicação contínua entre os parceiros é fundamental. Clara ressalta que muitos homens precisam passar por um processo de desconstrução pessoal antes de abordar suas parceiras sobre o desejo de serem passivos. "O ânus é uma parte do corpo como qualquer outra, e qualquer pessoa pode ter prazer nessa área," conclui a proctologista.