24 de mai 2025

Cocô de pinguim forma nuvens que afetam o clima na Antártida
Guano de pinguins na Antártida gera nuvens que podem alterar temperaturas locais. Estudo revela impacto significativo da amônia na atmosfera.
Foto:Reprodução
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Cocô de pinguim, ou melhor, guano de pinguim, está gerando nuvens na Antártida que podem impactar as temperaturas locais. Uma pesquisa publicada na revista Communications Earth & Environment revela que o guano de pinguins-de-adélia (Pygoscelis adeliae) produz grandes quantidades de amônia, que se combina com compostos do oceano para formar nuvens em poucas horas.
Durante a pesquisa, realizada na base Marambio, na península Antártica, os cientistas mediram a concentração de amônia de uma colônia de 60 mil pinguins em janeiro de 2023. Os resultados mostraram que o guano era uma fonte significativa de amônia, superando até mesmo as emissões do oceano Antártico. Quando o vento soprava da colônia, as medições a 8 km de distância indicaram concentrações de amônia mil vezes superiores ao nível normal.
A equipe observou que, após o aumento da amônia, uma neblina se formou em 3 a 4 horas, ligada à maior concentração de partículas de aerossol. Essas partículas, resultantes da combinação de amônia e compostos de enxofre do fitoplâncton, aceleraram a formação de nuvens em até 10 mil vezes. O efeito dessas nuvens no clima local ainda não está totalmente claro, pois podem tanto resfriar quanto aquecer a superfície, dependendo de sua localização.
Impacto Climático
Modelos computacionais sugerem que as nuvens formadas por guano de aves marinhas no Ártico têm um efeito de resfriamento, refletindo a luz solar de volta ao espaço. Matthew Boyer, autor principal do estudo, destacou que é necessário realizar mais observações para confirmar esses efeitos na Antártida. Ele também mencionou que a presença de colônias maiores de pinguins poderia resultar em nuvens ainda mais significativas.
Embora o estudo não indique que essas emissões de guano afetarão drasticamente as mudanças climáticas, é essencial entender esses processos naturais, pois eles ajudam a estabelecer uma linha de base para quantificar os impactos humanos no clima. As descobertas reforçam a importância de monitorar como as interações entre espécies e o ambiente podem influenciar o clima global.
As mudanças climáticas na Antártida têm mostrado tendências mistas, com recordes de baixo gelo marinho nos últimos anos. Essas alterações locais podem ter repercussões globais, especialmente no que diz respeito ao aumento do nível do mar. O estudo destaca como os pinguins e o ambiente marinho estão interligados, influenciando a atmosfera e, consequentemente, o clima local e global.
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