14 de jan 2025
Comissão internacional redefine diagnóstico e tratamento da obesidade, priorizando sinais clínicos
A obesidade afeta 40% da população brasileira e pode atingir 1 bilhão globalmente. O The Lancet introduz novas categorias de obesidade: clínica e pré clínica. Diagnóstico agora prioriza percentual de gordura e circunferência abdominal. Tratamentos cirúrgicos são priorizados para casos clínicos com riscos severos. Especialistas destacam a obesidade como doença, não apenas fator de risco.
Efeito sanfona (Foto: Freepik)
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Uma comissão internacional de especialistas em obesidade divulgou hoje no The Lancet Diabetes & Endocrinology novas diretrizes para diagnóstico e tratamento da doença, que afeta dois a cada cinco brasileiros e pode atingir um bilhão de pessoas globalmente. O parecer destaca que o Índice de Massa Corporal (IMC) deve ser complementado por análises mais específicas, como a medição do percentual de gordura e da circunferência abdominal. A gravidade da obesidade será classificada com base em dezoito sinais e sintomas para adultos e treze para crianças, orientando o tratamento.
Um dos principais pontos do documento é a distinção entre obesidade “clínica” e “pré-clínica”, que determina o risco à saúde do paciente. Ricardo Cohen, co-autor da publicação e presidente da Federação Internacional de Cirurgia da Obesidade e Distúrbios Metabólicos (IFSO), afirma que os casos clínicos devem receber prioridade no tratamento cirúrgico e com novas drogas, enquanto os pré-clínicos terão acompanhamento e eventual tratamento. O foco está em estratégias diferenciadas para cada categoria.
A publicação reafirma que a obesidade deve ser tratada como uma doença, não apenas como um fator de risco. Ignorar seus efeitos sobre órgãos e tecidos prejudica a formulação de políticas públicas e abordagens de cuidado. O parecer, que conta com a participação de instituições renomadas como Harvard Medical School e King’s College London, detalha os impactos do aumento de peso, incluindo problemas respiratórios, cardíacos e metabólicos, além de dificuldades nas atividades diárias.
Para as crianças, os especialistas identificaram treze fatores de risco semelhantes aos dos adultos. Cohen ressalta que a corpulência deve ser secundária, priorizando a melhoria dos sinais e sintomas. A nova abordagem sugere que, assim como em filas de transplante, os pacientes com maior gravidade devem ser atendidos primeiro, garantindo um tratamento mais eficaz e direcionado.
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