17 de jan 2025
Mais de 36 milhões de mulheres não realizam exame preventivo de câncer de colo de útero
Estudo da ONG ImpulsoGov revela que 36 milhões de mulheres não fizeram papanicolau. Apenas 20% das crianças de 1 ano estão vacinadas adequadamente no Brasil. Mais de 29 milhões com hipertensão e 12 milhões com diabetes carecem de acompanhamento. Dados indicam crise na atenção primária à saúde e necessidade de políticas públicas. Levantamento pode direcionar recursos e ações para melhorar a saúde da população.
"O papanicolau é um dos principais exames preventivos para identificar lesões pré-cancerígenas associadas ao HPV (Foto: Tempura/GettyImages)"
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Um levantamento da ONG ImpulsoGov revela que mais de 36 milhões de mulheres entre 25 e 64 anos não realizaram ao menos uma coleta de exame citopatológico do colo de útero, conhecido como papanicolau, nos últimos três anos. O estudo, baseado em dados do Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (Sisab) do Ministério da Saúde, destaca a importância do exame para detectar células anormais que podem levar ao câncer. A recomendação é que o papanicolau seja feito anualmente e, após dois resultados negativos, a cada três anos.
Juliana Ramalho, gerente de saúde pública da ImpulsoGov, aponta que o citopatológico historicamente apresenta resultados abaixo das metas. Ela menciona que a grande população-alvo e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde são fatores que contribuem para essa situação. Muitas mulheres, que atuam como chefes de família, enfrentam desafios para se ausentar do trabalho e realizar o exame. Ramalho enfatiza a necessidade de apoio a estados e municípios para aumentar a coleta e acelerar a entrega dos resultados.
O levantamento também analisou indicadores do programa Previne Brasil, que foi substituído em abril de 2024. Os dados revelam que 80% das crianças de um ano não atingiram a meta de vacinação de 95% para a vacina penta e contra poliomielite. Além disso, mais de 29 milhões de pessoas com hipertensão e 12 milhões com diabetes não tiveram consultas ou exames solicitados no semestre de março a agosto de 2024. Ramalho destaca a crescente demanda por atenção à saúde devido ao envelhecimento da população e ao aumento das doenças crônicas.
A especialista alerta que a falta de acompanhamento pode resultar em custos elevados para o sistema de saúde. Um paciente com diabetes controlado, por exemplo, pode ser atendido de forma mais econômica na Atenção Primária. Os dados coletados são essenciais para direcionar recursos e definir prioridades nas políticas públicas de saúde, visando a promoção da saúde e a prevenção de doenças a curto, médio e longo prazo.
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