24 de jan 2025
França pede à UE que proíba produtos de alisamento com ácido glioxílico devido a riscos à saúde
A ANSES reforçou a proibição do ácido glioxílico em alisamentos capilares. A substância está ligada a casos de insuficiência renal aguda em mulheres. França pede à União Europeia que avalie a proibição do ácido em cosméticos. O ácido glioxílico nunca foi regulamentado pela UE, apesar dos riscos. Produtos com ácido glioxílico são proibidos em Israel desde 2022.
França recomenda UE 'limitar ou mesmo proibir' produtos usados em 'alisamento brasileiro' (Foto: FreePik)
Ouvir a notícia:
França pede à UE que proíba produtos de alisamento com ácido glioxílico devido a riscos à saúde
Ouvir a notícia
França pede à UE que proíba produtos de alisamento com ácido glioxílico devido a riscos à saúde - França pede à UE que proíba produtos de alisamento com ácido glioxílico devido a riscos à saúde
As autoridades de saúde da França reforçaram, nesta quinta-feira, a recomendação contra o uso de produtos para alisamento de cabelo que contenham ácido glioxílico, devido ao risco de insuficiência renal aguda. O país solicitou à União Europeia (UE) que considere limitar ou proibir essa substância nos cosméticos. Em outubro, a Agência Nacional de Segurança Alimentar, Ambiental e de Saúde Ocupacional (ANSES) já havia desaconselhado o uso de produtos conhecidos como "alisamento brasileiro" e orientado os salões a não comercializá-los.
A ANSES tomou essa decisão após receber três relatos de efeitos adversos graves em mulheres que realizaram o procedimento. Um parecer recente da agência, fundamentado em estudos científicos, aponta que é "altamente provável" que o ácido glioxílico tenha causado os casos de insuficiência renal, ao ser absorvido pelo couro cabeludo e se transformar em cristais de oxalato de cálcio, prejudicando os rins. A ANSES recomenda uma avaliação de risco em nível europeu para restringir ou proibir o uso dessa substância.
Além disso, a agência pediu a identificação de outros produtos que possam se degradar em ácido glioxílico e liberar formaldeído, um agente cancerígeno, durante o aquecimento do cabelo. Após a transmissão desse parecer, a Comissão Europeia deverá encaminhar a questão ao seu Comitê Científico para a Segurança do Consumidor (CSSC), que é o órgão responsável pela regulamentação de substâncias nos cosméticos.
Atualmente, o ácido glioxílico não é regulamentado na UE. Em Israel, produtos com essa substância estão proibidos desde 2022, embora derivados ainda sejam permitidos. Entre 2019 e 2022, foram registrados 26 casos de insuficiência renal aguda relacionados ao uso de produtos para alisamento capilar, com sintomas como dores abdominais e náuseas. Após tratamento, a função renal dos pacientes se recuperou. O ácido glioxílico também é utilizado em produtos de limpeza e curtumes, principalmente para inibir corrosão.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.