24 de jan 2025
Lipedema: doença reconhecida pela OMS revela desafios e impactos na saúde feminina
O lipedema, reconhecido pela OMS, afeta cerca de 10 milhões de mulheres no Brasil. A adoção da CID 11 foi adiada de 2025 para 2027, dificultando diagnósticos. Sintomas incluem nódulos e dor, impactando saúde física e mental das pacientes. Tratamentos variam de dieta a lipoaspiração, mas acesso é limitado e caro. ONGs buscam garantir acesso a tratamentos pelo SUS, promovendo conscientização.
Aproximadamente 10% das mulheres em todo o mundo são afetadas pelo lipedema, uma condição que é significativamente mais comum no sexo feminino. No Brasil, esse número corresponde a mais de 10 milhões de pessoas. (Foto: ONG Movimento Lipedema/Conheça Lipedema)
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O lipedema é uma condição caracterizada pelo acúmulo anormal de gordura nas pernas e braços, frequentemente confundida com obesidade. Diferente da gordura comum, a gordura do lipedema, que apresenta fibrose e um aspecto de "casca de laranja", não responde a dietas ou exercícios físicos. O cirurgião plástico Fábio Kamamoto destaca que muitas mulheres com cintura fina e hábitos saudáveis ainda enfrentam deformidades nos membros. Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o lipedema como uma doença distinta, e em 2022, foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), facilitando diagnósticos e políticas de saúde. No Brasil, a adoção da CID-11 foi adiada para 2027, segundo o Ministério da Saúde.
O lipedema apresenta cinco estágios distintos, com sintomas como nódulos nas coxas, apagamento do contorno dos joelhos e dor. Esses sintomas podem ser confundidos com outras condições, tornando essencial a avaliação por profissionais experientes. O cirurgião vascular Mauro de Andrade explica que a gordura do lipedema é diferente da gordura visceral e superficial, e ainda não se compreende completamente seu mecanismo. Fatores genéticos e hormonais, especialmente a resposta ao estrogênio, podem agravar a condição, que também é influenciada por hábitos alimentares e inflamações.
O diagnóstico do lipedema envolve a análise da distribuição da gordura e seu histórico familiar. Exames como ultrassom venoso podem ser úteis, mas não são essenciais. Atualmente, não há cura definitiva, e o tratamento foca em alimentação saudável e atividade física. Drenagens linfáticas e meias de compressão ajudam a controlar os sintomas. A lipoaspiração é uma opção cirúrgica, mas com custos elevados, em torno de R$ 40 mil em São Paulo. O Movimento Lipedema busca aumentar o acesso a tratamentos pelo SUS.
Além disso, alguns tratamentos alternativos, como medicamentos para emagrecimento, não são eficazes especificamente para o lipedema e podem acarretar riscos à saúde. O uso de hormônios para controlar o estrogênio também apresenta perigos, como o desenvolvimento de tumores. Suplementos como coenzima Q10 e ômega-3 são frequentemente mencionados, mas carecem de evidências robustas sobre sua eficácia no tratamento do lipedema.
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