28 de jan 2025
Técnica de crioablação apresenta 100% de eficácia no tratamento de câncer de mama
A crioablação é uma técnica inovadora e indolor para tratar câncer de mama. A Unifesp realizou a primeira crioablação em hospital público brasileiro em janeiro. Estudo com mais de 700 pacientes compara crioablação e cirurgia tradicional. Procedimento utiliza nitrogênio líquido a 140ºC para destruir células tumorais. Técnica já aprovada pela Anvisa, mas ainda não está no rol da ANS.
Técnica usa congelamento do câncer de mama para tratar a doença (Foto: Freepik)
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Uma nova técnica chamada crioablação demonstrou 100% de eficácia no tratamento de câncer de mama em um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O método, que é minimamente invasivo, utiliza temperaturas extremamente baixas para congelar e eliminar células cancerígenas. Em uma fase inicial da pesquisa, a crioablação foi aplicada em 60 pacientes após cirurgia, mostrando resultados positivos em tumores menores que 2 centímetros. Atualmente, a pesquisa avança com mais de 700 pacientes em 15 centros de saúde, comparando a eficácia do procedimento com a cirurgia tradicional.
No dia 13 de janeiro, a crioablação foi realizada pela primeira vez em um hospital público brasileiro, no Hospital São Paulo (HSP/HU Unifesp). Este procedimento inédito na América Latina consistiu em três ciclos de 10 minutos de congelamento e descongelamento do tumor. O professor Afonso Nazário explicou que o nitrogênio líquido, a cerca de -140ºC, é inserido na área afetada por uma agulha, formando uma esfera de gelo que destrói o tumor, com uma incisão menor que a de uma biópsia.
A crioablação pode ser feita em ambulatório, sem necessidade de internação, utilizando anestesia local. Os especialistas destacam que a técnica é indolor, precisa e rápida. Embora já aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a crioablação ainda não está incluída no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para tratamento de câncer de mama. Em países como Israel, Estados Unidos, Japão e Itália, a técnica já é utilizada.
O procedimento no HSP/HU Unifesp é experimental e faz parte da pesquisa de pós-doutorado da professora Vanessa Sanvido. Nazário expressou otimismo quanto à inclusão da crioablação no Sistema Único de Saúde (SUS), afirmando que a ampliação do uso pode reduzir os custos das agulhas utilizadas. O objetivo é beneficiar de 20% a 30% das pacientes que aguardam tratamento no SUS.
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