Esporotricose humana é agora de notificação compulsória no Brasil

A esporotricose humana foi incluída na Lista Nacional de Notificação Compulsória, devendo ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A decisão foi tomada durante a 1ª Reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT) de 2025, realizada em Brasília no dia 30 de janeiro. A medida visa fortalecer a vigilância epidemiológica das micoses endêmicas, uma das atribuições do Departamento de HIV, Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis (Dathi), no âmbito do Plano Nacional de Saúde (2024-2027).

O diretor do Dathi, Draurio Barreira, destacou que a notificação compulsória permitirá uma melhor avaliação do cenário epidemiológico da esporotricose no Brasil, contribuindo para a formulação de políticas públicas eficazes no controle da doença. O Ministério da Saúde está organizando os serviços de saúde, incluindo a elaboração de fichas de notificação e protocolos de vigilância, além de capacitações para profissionais de saúde e planejamento estratégico para a disponibilização de medicamentos antifúngicos.

A coordenadora-geral de Vigilância da Tuberculose, Micoses Endêmicas e Microbactérias não Tuberculosas (CGTM), Fernanda Dockhorn, informou que a esporotricose já foi registrada em 26 dos 27 estados brasileiros. Embora o tratamento esteja disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a doença ainda não é plenamente identificada e tratada em todo o país, o que torna a vigilância epidemiológica ainda mais crucial.

A esporotricose humana é a micose de implantação mais comum no mundo, especialmente em regiões tropicais e subtropicais, afetando todas as regiões do Brasil. Causada por fungos do gênero Sporothrix spp., a transmissão ocorre por meio de traumas com espinhos, contato com vegetais em decomposição ou mordeduras de animais, sendo os gatos os principais transmissores. Essas características dificultam o controle da doença, ressaltando a importância das novas medidas de vigilância.