A OMS alerta sobre aumento de casos de tuberculose em crianças na Europa devido a cortes de financiamento dos EUA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgou um relatório alarmante sobre o aumento da tuberculose entre crianças na Europa. Em 24 de março de 2023, a OMS anunciou um crescimento de 10% nos casos novos ou recorrentes da doença em crianças com menos de 15 anos na região europeia, que inclui a Europa e a Ásia Central. Foram registrados 7.500 casos de tuberculose, com mais de 2.400 afetando crianças menores de cinco anos, que enfrentam riscos elevados de complicações graves ou morte.

Atualmente, os casos infantis representam mais de 4% do total de novas ou recorrentes infecções por tuberculose na região. Apesar de a taxa de mortalidade ter diminuído, a OMS alertou que a redução foi menor do que a observada antes da pandemia de COVID-19 em 2020. A taxa de sucesso no tratamento de tuberculose na região é de cerca de 75%, bem abaixo da meta global de 90%. Além disso, a OMS expressou preocupação com o aumento da tuberculose multidrogas resistente (MDRTB), cuja taxa de sucesso no tratamento é inferior a 60%.

Os desafios para reverter essa tendência incluem atrasos no diagnóstico, necessidade de tratamentos mais eficazes e acesso limitado aos tratamentos existentes. A redução do financiamento para ajuda internacional agrava a situação, com os Estados Unidos, por exemplo, contribuindo com valores que variam de R$ 163 milhões a R$ 816 milhões anualmente na última década. A OMS pede que líderes europeus e globais intensifiquem os esforços para detectar e tratar a tuberculose, enfatizando que "acabar com a tuberculose não é um sonho, é uma escolha".

Especialistas em saúde pública nos Estados Unidos também concordam que o aumento de casos na Europa pode refletir uma tendência semelhante no país. Eles apontam que a interrupção dos serviços de diagnóstico e tratamento devido a conflitos armados e à pandemia, além da redução do apoio financeiro, contribuem para a situação. A tuberculose, uma doença altamente contagiosa, pode ser transmitida por gotículas no ar, tornando-a uma ameaça à saúde pública em qualquer lugar.