Câncer de pênis resulta em quase 6 mil amputações no Brasil em uma década

O câncer de pênis, considerado raro, pode ser prevenido por meio de higiene adequada, vacinação contra o HPV e cirurgia de postectomia. Fatores como baixa condição socioeconômica, diagnóstico tardio e falta de informação contribuem para o aumento dos casos. Dados da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) revelam que, nos últimos dez anos, mais de 5,8 mil homens passaram por amputações, resultando em uma média de 585 amputações anuais.

O coordenador do Departamento de Uro-Oncologia da SBU, Maurício Cordeiro, destaca que mais de 20 mil homens foram diagnosticados com câncer de pênis na última década, principalmente devido à falta de higiene e à ausência de vacinação em massa contra o HPV. Apesar de representar apenas 2% dos cânceres masculinos, a doença causou 4.502 mortes entre 2014 e 2023, segundo o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM).

A diretora de Comunicação da SBU, Karin Jaeger Anzolch, enfatiza que, embora o diagnóstico precoce seja crucial, a prevenção é a melhor estratégia. A SBU realiza a Campanha de Prevenção ao Câncer de Pênis, promovendo mutirões de postectomias em diversos estados para conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do tratamento precoce.

Para prevenir a doença, a SBU recomenda quatro ações: higienizar o pênis com água e sabão durante o banho, identificar sintomas do câncer, que é mais comum entre homens de 50 a 70 anos, e buscar tratamento imediato, que varia conforme a rapidez do diagnóstico.