04 de fev 2025
Cigarros eletrônicos alteram saliva e elevam risco de doenças bucais, revela estudo
Estudo da Unesp revela que vapes alteram a saliva, aumentando doenças bucais. Identificação de 342 metabólitos, com 61 exclusivos de usuários de vapes. Alta concentração de cotinina na saliva indica maior dependência de nicotina. Fluxo salivar reduzido e baixa viscosidade favorecem cáries e lesões bucais. 76% dos usuários de vapes consomem álcool, aumentando riscos à saúde.
O vape é um dispositivo eletrônico para fumar que simula o tabagismo, um aparelho eletrônico baseado na vaporização. (Foto: Guilherme Leporace)
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Um estudo recente publicado na revista International Journal of Molecular Sciences revela que o uso de cigarros eletrônicos, ou vapes, altera a composição da saliva, aumentando o risco de doenças bucais, como cáries e doença periodontal. A pesquisa, realizada pelo Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade Estadual Paulista (ICT-Unesp) em colaboração com universidades de São Paulo e de Santiago de Compostela, envolveu cinquenta jovens com idades entre 26 e 27 anos, sendo metade usuários regulares de vapes e a outra metade não usuários.
Os pesquisadores analisaram amostras de saliva, medindo a concentração de cotinina, um biomarcador da exposição à nicotina, e identificaram 342 metabólitos salivares, dos quais 61 eram exclusivos dos usuários de vapes. Entre os biomarcadores identificados, quatro mostraram-se específicos para o grupo de usuários, indicando potenciais alterações de saúde relacionadas ao uso de cigarros eletrônicos. A cirurgiã-dentista Janete Dias Almeida, coordenadora do estudo, destacou que essas alterações podem estar ligadas a processos inflamatórios e ao metabolismo de substâncias químicas.
Além disso, o estudo constatou que o fluxo salivar dos usuários de vapes era menor em comparação ao grupo-controle, o que pode ser atribuído a substâncias irritantes presentes nos aromatizantes. Essa redução no fluxo salivar favorece a formação de biofilme, aumentando o risco de doenças bucais. Os usuários também apresentaram maior nível de monóxido de carbono exalado e menor saturação de oxigênio, indicando possíveis danos à saúde respiratória.
Os resultados revelaram ainda uma correlação preocupante entre o uso de cigarros eletrônicos e o consumo de álcool, com 76% dos participantes relatando uso concomitante. A pesquisa ressalta que o uso de vapes não apenas não ajuda na cessação do tabagismo, mas também pode aumentar a dependência de nicotina e trazer riscos à saúde semelhantes aos do cigarro convencional.
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