19 de abr 2025
Cigarros eletrônicos podem estar contribuindo para o aumento do tabagismo entre adolescentes na Nova Zelândia
Estudo recente revela que o vaping não substitui o tabagismo entre adolescentes na Nova Zelândia, desafiando argumentos de empresas do setor.
Lobby do tabaco diz que o vaping está substituindo o fumo entre os jovens; análise detalhada conta outra história (Foto: Adobe Stock)
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Estudo Contesta Alegações da Indústria do Vaping na Nova Zelândia
Empresas de cigarros eletrônicos, incluindo a British American Tobacco, fizeram lobby para flexibilizar as regulamentações sobre vaping na Nova Zelândia e Austrália, alegando que o uso de vapes por adolescentes estaria substituindo o tabagismo. Um novo estudo, publicado na Lancet Regional Health-Western Pacific, contradiz essa afirmação, revelando que as taxas de tabagismo entre jovens não diminuíram em ritmo mais acelerado após o surgimento do vaping.
A pesquisa analisou dados de quase 700 mil estudantes do ensino médio, com idades entre 14 e 15 anos, ao longo de 25 anos (1999 a 2023). Os pesquisadores utilizaram uma abordagem estatística para avaliar o impacto do vaping nas tendências de tabagismo.
Vaping e o Início do Tabagismo
O estudo indica que, a partir de 2010, com o aumento do vaping, as taxas de declínio do tabagismo entre adolescentes diminuíram significativamente. Em 2023, 12,6% dos jovens neozelandeses relataram ter fumado alguma vez, um número que seria de 6,6% se a tendência anterior a 2010 tivesse continuado.
A pesquisa refuta um estudo anterior, publicado na Lancet Public Health em 2020, que havia sido usado pela indústria do vaping para justificar a flexibilização das regulamentações. Os autores do novo estudo apontam que a análise anterior não considerou se as tendências do tabagismo estavam mudando, apenas diminuindo.
Impacto nas Políticas Públicas
Os resultados do estudo são relevantes para as políticas públicas, pois sugerem que o vaping pode estar contribuindo para o início do tabagismo entre adolescentes. A pesquisa ressalta a necessidade de políticas eficazes que abordem tanto o vaping quanto o tabagismo, e alerta outras jurisdições sobre as possíveis consequências não intencionais de facilitar o acesso a produtos de vaporização.
A British American Tobacco utilizou o estudo de 2020 em apresentações a comitês governamentais na Nova Zelândia e Austrália, argumentando contra o endurecimento das regulamentações sobre cigarros eletrônicos. A nova pesquisa, no entanto, questiona a validade dessas alegações.
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