07 de fev 2025
Aumento de microplásticos no corpo humano afeta principalmente o cérebro
Estudo da Universidade de Ciências da Saúde do Novo México revela aumento de microplásticos no corpo humano, especialmente no cérebro. Cérebro acumula de 7 a 30 vezes mais microplásticos que fígado e rins, segundo pesquisa. Amostras de pessoas com demência mostram níveis ainda mais altos de microplásticos. Microplásticos podem absorver poluentes, aumentando riscos de intoxicação no organismo. Pesquisadores defendem a eliminação de plásticos de uso único para mitigar o problema.
MICROPLÁSTICOS: a exposição a essas partículas já foi associada a inflamações no cérebro e problemas de desenvolvimento neurológico (Foto: CAS/American Chemical Society/Divulgação)
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A pesquisa sobre microplásticos avança, revelando não apenas sua ampla presença no meio ambiente, mas também no corpo humano. Um estudo recente da Universidade de Ciências da Saúde do Novo México, publicado na Nature Medicine, indica que a quantidade de microplásticos nos órgãos humanos está crescendo, com o cérebro sendo o mais afetado. Os cientistas analisaram amostras de cérebro, rim e fígado de autópsias realizadas em 2016 e 2024, constatando que o cérebro acumula de 7 a 30 vezes mais microplásticos do que fígado e rins.
Além disso, a pesquisa avaliou amostras de cérebro de pessoas com demência, encontrando níveis mais altos de microplásticos nesse grupo. Os autores do estudo ressaltam a “necessidade crítica de entender melhor as rotas de exposição” e as possíveis consequências para a saúde, especialmente no cérebro. Embora poucos estudos tenham investigado o impacto dos microplásticos na saúde, já foram detectados em diversas partes do corpo humano, incluindo a corrente sanguínea e a placenta.
A preocupação com os microplásticos é crescente, pois além dos riscos diretos, eles podem absorver poluentes atmosféricos, aumentando os riscos de intoxicação. Plásticos biodegradáveis, que se tornam comuns, podem gerar ainda mais microplásticos e se aderir a tecidos biológicos com facilidade. A pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina mostrou que a reciclagem de plásticos pode ser uma fonte significativa de microplásticos atmosféricos, evidenciando a complexidade do problema.
Iniciativas para mitigar a presença de microplásticos estão em andamento no Brasil. Pesquisas na Universidade Federal de São Carlos desenvolveram filtros veiculares para barrar esses contaminantes, enquanto outras instituições buscam remover microplásticos da água. Contudo, especialistas concordam que a solução definitiva passa pela eliminação dos plásticos, especialmente os de uso único, como embalagens e sacolas descartáveis, para reduzir sua presença no cotidiano.
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