11 de fev 2025
Microplásticos no cérebro: riscos à saúde e desafios para a pesquisa científica
Estudo de fevereiro de 2024 revela aumento de 50% de microplásticos no cérebro. Pesquisa da USP identifica microplásticos no bulbo olfatório de moradores de SP. Microplásticos nas artérias aumentam risco de AVC e ataque cardíaco em 4,5 vezes. Efeitos neurotóxicos em animais sugerem riscos à saúde neurológica humana. Contaminação por microplásticos é difícil de evitar, especialmente por inalação.
Microplásticos são partículas pequenas de plásticos que contaminam água e solo e podem ser ingeridos por pessoas e animais, trazendo riscos à saúde. (Foto: Alistair Berg/GettyImages)
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Estudos recentes revelam a presença de microplásticos em cérebros humanos, com um artigo publicado em 3 de fevereiro de 2024 na revista Nature Medicine indicando que amostras cerebrais apresentaram 50% mais nanoplásticos em comparação a amostras de oito anos atrás. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) também identificaram partículas de microplástico no cérebro de oito indivíduos que viveram pelo menos cinco anos em São Paulo, sugerindo que a inalação é uma via de contaminação. A professora Thais Mauad destaca que "os microplásticos estão no ar", enfatizando a presença significativa dessas partículas em ambientes fechados.
Além do cérebro, microplásticos foram encontrados em outras partes do corpo, como artérias e órgãos reprodutivos. Embora a pesquisa sobre os efeitos dos microplásticos na saúde humana ainda esteja em estágios iniciais, estudos em animais indicam que essas partículas podem ser neurotóxicas, levando a alterações comportamentais e inflamações em células neurológicas. Mauad ressalta que a inflamação pode resultar em deficiências cognitivas e motoras a longo prazo, mas mais investigações são necessárias para confirmar esses efeitos em humanos.
Um estudo publicado em março de 2024 no The New England Journal of Medicine revelou que indivíduos com microplásticos nas artérias têm um risco 4,5 vezes maior de sofrer um ataque cardíaco ou AVC. Além disso, a exposição a microplásticos está associada a distúrbios endócrinos e doenças cardíacas. A prevenção da contaminação por microplásticos é desafiadora, especialmente pela via inalatória. Mauad sugere que, para crianças pequenas, é crucial evitar o contato com utensílios de plástico e monitorar brinquedos.
A pesquisa sobre microplásticos está em expansão, com um aumento significativo no número de publicações científicas. Apesar da crescente preocupação pública, a determinação dos efeitos específicos dos microplásticos na saúde humana ainda enfrenta desafios, como a falta de métodos analíticos padronizados. Cientistas, como Matthew Campen, estão desenvolvendo novas abordagens para isolar e estudar microplásticos, mas a complexidade das partículas e suas interações no corpo humano requerem mais estudos para entender completamente os riscos associados.
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