Microplásticos são partículas pequenas de plásticos que contaminam água e solo e podem ser ingeridos por pessoas e animais, trazendo riscos à saúde. (Foto: Alistair Berg/GettyImages)

Microplásticos são partículas pequenas de plásticos que contaminam água e solo e podem ser ingeridos por pessoas e animais, trazendo riscos à saúde. (Foto: Alistair Berg/GettyImages)

Ouvir a notícia

Microplásticos no cérebro: riscos à saúde e desafios para a pesquisa científica - Microplásticos no cérebro: riscos à saúde e desafios para a pesquisa científica

0:000:00

Estudos recentes revelam a presença de microplásticos em cérebros humanos, com um artigo publicado em 3 de fevereiro de 2024 na revista Nature Medicine indicando que amostras cerebrais apresentaram 50% mais nanoplásticos em comparação a amostras de oito anos atrás. Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) também identificaram partículas de microplástico no cérebro de oito indivíduos que viveram pelo menos cinco anos em São Paulo, sugerindo que a inalação é uma via de contaminação. A professora Thais Mauad destaca que "os microplásticos estão no ar", enfatizando a presença significativa dessas partículas em ambientes fechados.

Além do cérebro, microplásticos foram encontrados em outras partes do corpo, como artérias e órgãos reprodutivos. Embora a pesquisa sobre os efeitos dos microplásticos na saúde humana ainda esteja em estágios iniciais, estudos em animais indicam que essas partículas podem ser neurotóxicas, levando a alterações comportamentais e inflamações em células neurológicas. Mauad ressalta que a inflamação pode resultar em deficiências cognitivas e motoras a longo prazo, mas mais investigações são necessárias para confirmar esses efeitos em humanos.

Um estudo publicado em março de 2024 no The New England Journal of Medicine revelou que indivíduos com microplásticos nas artérias têm um risco 4,5 vezes maior de sofrer um ataque cardíaco ou AVC. Além disso, a exposição a microplásticos está associada a distúrbios endócrinos e doenças cardíacas. A prevenção da contaminação por microplásticos é desafiadora, especialmente pela via inalatória. Mauad sugere que, para crianças pequenas, é crucial evitar o contato com utensílios de plástico e monitorar brinquedos.

A pesquisa sobre microplásticos está em expansão, com um aumento significativo no número de publicações científicas. Apesar da crescente preocupação pública, a determinação dos efeitos específicos dos microplásticos na saúde humana ainda enfrenta desafios, como a falta de métodos analíticos padronizados. Cientistas, como Matthew Campen, estão desenvolvendo novas abordagens para isolar e estudar microplásticos, mas a complexidade das partículas e suas interações no corpo humano requerem mais estudos para entender completamente os riscos associados.

Meu Tela
Descubra mais com asperguntas relacionadas
crie uma conta e explore as notícias de forma gratuita.acessar o meu tela

Perguntas Relacionadas

Participe da comunidadecomentando
Faça o login e comente as notícias de forma totalmente gratuita
No Portal Tela, você pode conferir comentários e opiniões de outros membros da comunidade.acessar o meu tela

Comentários

Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.

Meu Tela

Priorize os conteúdos mais relevantes para você

Experimente o Meu Tela

Crie sua conta e desbloqueie uma experiência personalizada.


No Meu Tela, o conteúdo é definido de acordo com o que é mais relevante para você.

Acessar o Meu Tela