Nova variante da gripe aviária é identificada em vacas leiteiras nos EUA; segurança dos alimentos é debatida

Uma nova variante do vírus da gripe aviária H5N1, chamada D1.1, foi identificada em vacas leiteiras nos Estados Unidos, conforme relatado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). A descoberta ocorreu em dois condados de Nevada e marca a primeira vez que essa cepa é encontrada em gado. A variante B3.13 já havia sido associada a infecções em 950 rebanhos em 16 estados, principalmente em aves, resultando em uma escassez nacional de ovos.

A identificação da variante D1.1 em bovinos levanta preocupações sobre a mutação do vírus, que está se adaptando a mamíferos. Beth Thompson, veterinária do estado de Dakota do Sul, afirmou que o vírus "não está apenas permanecendo nas aves e nas aves aquáticas selvagens". Apesar de as autoridades afirmarem que o risco de transmissão para humanos é baixo, especialistas expressam ceticismo. O CDC confirmou 67 casos de gripe aviária em humanos, a maioria entre aqueles que trabalham com gado e aves.

Embora a maioria dos casos humanos tenha sido leve, a gripe aviária pode causar doenças graves. Nos últimos dois anos, cerca de 950 casos foram relatados globalmente, com aproximadamente metade resultando em morte. Um homem da Louisiana foi a única fatalidade nos EUA relacionada à variante D1.1 até o momento. As autoridades de saúde garantem que os produtos alimentícios permanecem seguros quando armazenados e cozidos adequadamente.

A detecção do vírus em produtos lácteos crus levou a um recall voluntário na Califórnia, mas não foi encontrado em produtos lácteos pasteurizados, pois o processo de pasteurização elimina o vírus. Especialistas recomendam evitar o consumo de leite e produtos lácteos não pasteurizados. Embora não haja evidências de transmissão de carne bovina, as autoridades continuam a aconselhar o cozimento adequado de carnes e a manutenção de práticas de higiene na manipulação de alimentos.