Saúde

Endometriose: doença negligenciada aumenta riscos de infarto, AVC e câncer em mulheres

Mulheres com endometriose têm risco 20% maior de AVC e 35% de infarto. A condição está ligada a um estado inflamatório que afeta a saúde geral. Diagnóstico e tratamento da endometriose ainda são desafiadores e complexos. A conscientização sobre a doença tem aumentado, melhorando o diagnóstico. A vigilância médica regular é crucial para prevenir complicações graves.

Não é normal sentir dor incapacitante todos os meses (Foto: Freepik)

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A cólica menstrual intensa não deve ser considerada normal, pois pode ser um sinal de endometriose, uma condição que afeta entre 10% e 15% das mulheres em idade fértil. Essa doença não se limita a dores e dificuldades para engravidar; ela provoca um estado inflamatório no corpo, aumentando o risco de problemas de saúde graves, como infartos e câncer. O ginecologista Ricardo Pereira, do Centro Endometriose Santa Joana, destaca que 80% das causas de morte estão relacionadas a inflamações, e mulheres com endometriose têm 20% mais chances de sofrer AVC e 35% mais risco de infarto.

A endometriose é frequentemente chamada de "doença enigmática", pois sua etiologia e mecanismos ainda não são totalmente compreendidos. Pereira aponta que o maior desafio é cultural, já que a sociedade tende a minimizar a dor feminina, perpetuando um machismo que desvaloriza o sofrimento das mulheres. Historicamente, a endometriose é uma das doenças mais antigas, com registros que datam de 1850 a.C., e a percepção de que a dor menstrual é normal ainda persiste.

As teorias sobre a origem da endometriose variam, mas a genética tem ganhado destaque, especialmente com a identificação de casos em famílias e a manifestação precoce da doença. Atualmente, não há cura definitiva, e os tratamentos hormonais apenas controlam os sintomas. Contudo, a cirurgia pode ser uma solução, desde que todas as lesões sejam removidas. O radiologista Leandro Accardo enfatiza a importância do mapeamento pré-operatório para identificar os focos da doença, o que pode ser feito por ultrassom ou ressonância magnética.

Recentemente, o diagnóstico de endometriose tem aumentado, em parte devido à maior conscientização das mulheres e melhorias nos métodos de imagem. O endocrinologista Fabiano Serfaty ressalta que a endometriose afeta a saúde de forma sistêmica, tornando essencial o monitoramento regular da saúde, incluindo a avaliação cardiovascular e estratégias de rastreamento oncológico. Com o tratamento adequado e um estilo de vida saudável, é possível minimizar os impactos da endometriose e melhorar a qualidade de vida das pacientes.

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