Saúde

Pesquisadores descobrem coronavírus semelhante ao MERS em morcegos da América do Sul

Pesquisadores brasileiros descobriram coronavírus em morcegos, relacionado ao MERS. O novo vírus apresenta 71,9% de similaridade genética com o MERS CoV humano. Experimentos em Hong Kong testarão a capacidade do vírus de infectar humanos. A pesquisa destaca a importância da vigilância epidemiológica em morcegos. Estudos anteriores identificaram o gemykibivirus em humanos, agora em morcegos.

Morcego insetívoro da espécie Molossus molossus em que foram identificados um novo coronavírus na América do Sul, próximo ao MERS-CoV, e um gemykibivirus relacionado a humanos (Foto: Larissa Leão Ferrer de Sousa/Agência Fapesp)

Morcego insetívoro da espécie Molossus molossus em que foram identificados um novo coronavírus na América do Sul, próximo ao MERS-CoV, e um gemykibivirus relacionado a humanos (Foto: Larissa Leão Ferrer de Sousa/Agência Fapesp)

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Uma colaboração entre pesquisadores de São Paulo, Ceará e da Universidade de Hong Kong resultou na descoberta de um novo coronavírus em morcegos, o primeiro na América do Sul relacionado ao causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). O estudo, publicado no Journal of Medical Virology, revela que partes da proteína spike do vírus sugerem uma possível interação com o receptor utilizado pelo MERS-CoV. Bruna Stefanie Silvério, primeira autora do estudo, planeja realizar experimentos em Hong Kong para investigar a capacidade do vírus de infectar humanos.

Os pesquisadores identificaram sete coronavírus em amostras de cinco morcegos coletadas em Fortaleza, destacando a diversidade genética encontrada. Os morcegos pertenciam a duas espécies: Molossus molossus e Artibeus lituratus. Ricardo Durães-Carvalho, professor da EPM-Unifesp, enfatiza a importância da vigilância epidemiológica contínua em morcegos, que são reservatórios de vírus, para antecipar riscos de transmissão a outros animais e humanos.

O coronavírus causador da MERS foi identificado pela primeira vez em 2012 e já provocou mais de 800 mortes em 27 países. Os pesquisadores brasileiros encontraram uma sequência genética com 71,9% de similaridade ao genoma do MERS-CoV, com o gene da proteína spike apresentando 71,74% de identidade com uma amostra isolada em humanos na Arábia Saudita em 2015. Para verificar a ligação às células humanas, serão realizados testes em laboratórios de alto nível de biossegurança.

Além disso, em um estudo anterior, os pesquisadores identificaram um vírus emergente em humanos, o gemykibivirus, que também foi encontrado em morcegos pela primeira vez. A pesquisa destaca a necessidade de análises sistemáticas e integradas para monitorar e prever novas epidemias, conforme ressaltou Durães-Carvalho. Os trabalhos contaram com o apoio da FAPESP e estão disponíveis em publicações científicas.

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