25 de fev 2025
Câncer de mama: um em cada 20 mulheres será diagnosticada até 2050, alerta estudo
A IARC projeta aumento de 38% nos casos de câncer de mama até 2050. Brasil terá crescimento de 54,5% nos diagnósticos e 73,4% nas mortes. África enfrentará aumento de 137,3% na mortalidade, evidenciando desigualdades. A cada minuto, quatro mulheres são diagnosticadas e uma morre da doença. Desigualdade no acesso a tratamento agrava mortalidade em países com baixo IDH.
Câncer de mama é o tipo de tumor que mais acomete as mulheres no Brasil. (Foto: Reprodução)
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Uma nova projeção da Agência Internacional para Pesquisa sobre o Câncer (IARC), vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS), revela que uma em cada 20 mulheres será diagnosticada com câncer de mama ao longo da vida, e uma em cada 70 morrerá da doença. Publicado na revista Nature Medicine, o estudo estima que, até 2050, haverá 3,2 milhões de novos casos e 1,1 milhão de mortes anuais, com um aumento acentuado em países com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). A cientista da IARC, Joanne Kim, destaca que a cada minuto, quatro mulheres são diagnosticadas e uma morre, enfatizando a necessidade de políticas de prevenção e detecção precoce.
Os dados mostram que a maioria dos casos e mortes por câncer de mama ocorre em mulheres com 50 anos ou mais, representando 71% dos novos casos e 79% das mortes. No entanto, na África, 47% dos diagnósticos são em mulheres com menos de 50 anos, contrastando com 18% na América do Norte. A disparidade nas taxas de mortalidade é evidente: em países com IDH muito alto, 17 mulheres morrem a cada 100 diagnosticadas, enquanto em países de baixo IDH, esse número sobe para 56. Essa diferença é atribuída ao acesso desigual à detecção e tratamento.
O estudo também revela que, entre 2008 e 2017, as taxas de incidência aumentaram entre 1% e 5% ao ano em 27 dos 50 países analisados, especialmente os de IDH muito alto. Em contrapartida, as taxas de mortalidade diminuíram em 29 dos 46 países com IDH elevado. Apenas sete países, como Bélgica e Dinamarca, atingiram a meta da OMS de reduzir a mortalidade em 2,5% ao ano. A vice-chefe da Divisão de Vigilância do Câncer da IARC, Isabelle Soerjomataram, ressalta a urgência de dados oncológicos de qualidade em países com IDH baixo e médio.
Com 2,3 milhões de novos casos e 670 mil mortes registradas em 2022, a IARC projeta que, até 2050, esses números subirão para 3,3 milhões e 1,1 milhão, respectivamente. No Brasil, a previsão é de um aumento de 54,5% nos casos, passando de 94,7 mil para 146,3 mil, e um crescimento de 73,4% nas mortes, de 22,2 mil para 38,5 mil. A OMS lançou a Iniciativa Global de Câncer de Mama em 2021, visando reduzir a mortalidade em 2,5% ao ano, mas os dados atuais indicam que o mundo está se afastando dessa meta.
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