05 de mar 2025
Cientistas descobrem que o segundo cromossomo X pode proteger o cérebro feminino contra o envelhecimento
Pesquisadores descobriram que o envelhecimento ativa genes no cromossomo X inativado. A terapia genética melhorou a cognição em camundongos fêmeas, segundo estudo. O hipocampo, crucial para memória, mostrou se afetado por essa ativação genética. A descoberta pode explicar a resiliência feminina ao declínio cognitivo na velhice. Resultados podem levar a novas terapias cognitivas para humanos no futuro.
"As mulheres geralmente têm dois cromossomos X (mostrados aqui em uma representação artística), e um deles é inativado no início do desenvolvimento. (Foto: Cavallini James/BSIP/Alamy)"
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Pesquisadores podem ter encontrado uma explicação para a resiliência cognitiva das mulheres ao longo do envelhecimento, associando-a ao segundo cromossomo X presente nas células femininas. Um estudo publicado na revista Science Advances revela que, em camundongos fêmeas, o envelhecimento ativa a expressão de genes no cromossomo X normalmente inativado, especialmente nas células do hipocampo, região do cérebro essencial para aprendizado e memória.
Os cientistas realizaram uma terapia gênica em camundongos maduros de ambos os sexos, visando aumentar a expressão de um desses genes. Os resultados mostraram que essa intervenção melhorou a cognição dos animais, medida pela forma como exploraram um labirinto. Se esses achados forem confirmados em humanos, isso pode indicar que o cromossomo X extra nas mulheres oferece uma proteção cerebral durante o envelhecimento, possibilitando o desenvolvimento de futuras terapias para melhorar a cognição em todas as pessoas.
Rachel Buckley, neurologista do Massachusetts General Hospital, destaca a importância do cromossomo X, afirmando que essa pesquisa ajuda a entender "onde reside a resiliência feminina e como aproveitá-la". As células femininas possuem dois cromossomos X, enquanto as masculinas têm um X e um Y. Durante o desenvolvimento, um dos cromossomos X nas células femininas é inativado, criando um mosaico de expressão gênica no corpo.
Dena Dubal, líder do estudo e neurocientista da Universidade da Califórnia, explica que cerca de 30% dos genes no cromossomo X inativado são ativos, embora essa porcentagem varie entre as mulheres. A pesquisa envolveu a criação de camundongos geneticamente modificados para identificar a atividade dos cromossomos X em diferentes tipos de células do hipocampo, tanto em jovens quanto em idosos, revelando novas perspectivas sobre a expressão gênica e seu impacto no envelhecimento.
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