09 de mar 2025
Terapia hormonal na menopausa: benefícios, riscos e a busca por equilíbrio
A médica Monica Christmas observa dois grupos de mulheres na menopausa: uma que evita hormônios e outra que busca tratamento sem sintomas, influenciada por celebridades. Apenas cinco por cento das mulheres na menopausa usaram terapia hormonal em 2020, apesar de oitenta por cento apresentarem sintomas. A FDA aprovou terapias hormonais que aliviam sintomas, mas não são recomendadas para todas as mulheres, especialmente as com histórico de doenças graves. Dados reanalisados do estudo Women's Health Initiative mostram que benefícios podem superar riscos para mulheres com menos de 60 anos. A terapia hormonal pode melhorar a qualidade de vida, mas não é aprovada para tratar sintomas como depressão e ganho de peso.
Ondas de calor estão entre os sintomas da menopausa. (Foto: Freepik)
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Na clínica da médica Monica Christmas, atualmente observa-se dois perfis de pacientes na menopausa. O primeiro grupo apresenta sintomas, mas evita a terapia hormonal devido ao medo dos riscos à saúde. O segundo, por sua vez, não apresenta sintomas, mas busca hormônios por acreditar em seus benefícios. Christmas, diretora do Programa de Menopausa da Universidade de Chicago, destaca que apenas 5% das mulheres na menopausa utilizaram hormônios em 2020, apesar de 80% apresentarem sintomas. A crescente promoção da terapia hormonal por influenciadores, como Oprah Winfrey, tem gerado confusão sobre sua real necessidade.
A terapia hormonal repõe estrogênio e progesterona perdidos durante a menopausa e é aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) para aliviar sintomas como ondas de calor e secura vaginal. Existem duas categorias principais: a sistêmica, que afeta todo o corpo, e a local, aplicada diretamente na vagina. Os tratamentos sistêmicos podem conter apenas estrogênio ou uma combinação com progestogênio, sendo disponibilizados em diversas formas, como comprimidos e adesivos. Stephanie Faubion, da Mayo Clinic, alerta que o uso isolado de estrogênio pode aumentar o risco de câncer endometrial, exigindo progestogênio para mulheres que não fizeram histerectomia.
Embora a terapia hormonal não trate sintomas como depressão ou ganho de peso, algumas pacientes relatam pequenas melhorias. As versões mais antigas da terapia contêm estrogênio conjugado, enquanto as mais recentes utilizam estrogênio bioidêntico, derivado de plantas. A Menopause Society indica que a terapia hormonal é mais benéfica para mulheres com sintomas vasomotores ou síndrome geniturinária, especialmente aquelas com menos de 60 anos. O tratamento não é recomendado para mulheres com histórico de AVC ou câncer sensível ao estrogênio, pois pode agravar essas condições.
O estudo Women's Health Initiative (WHI), interrompido em 2002, revelou riscos aumentados de câncer de mama e eventos cardiovasculares, gerando pânico entre as mulheres. No entanto, reanálises mostraram que a dose e a idade de início do tratamento influenciam os riscos. Para mulheres sintomáticas com menos de 60 anos, os dados indicam que a terapia hormonal pode resultar em apenas seis casos adicionais de câncer de mama para cada 10 mil usuárias, sem aumento na mortalidade. Além disso, a terapia pode reduzir riscos de fraturas e mortalidade geral, enquanto sintomas não tratados estão associados a doenças crônicas na velhice.
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