19 de mar 2025
Falta de saneamento básico causa 344 mil internações no SUS em 2024, aponta estudo
Em 2024, o Brasil registrou 344 mil internações por doenças ligadas ao saneamento. A dengue foi a principal causa, com 168,7 mil internações, seguida de doenças feco orais. A universalização do saneamento poderia reduzir internações em 86.760 casos e economizar R$ 49,9 milhões. A pesquisa revelou desigualdade racial, com 64,8% das internações entre pessoas pretas e pardas. Crianças e idosos são os mais afetados, representando 43,5% das internações totais.
Ausência de saneamento na Vila Gilda, em Santos (SP) (julho/2020) (Foto: Ricardo Matsukawa / UOL)
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O Brasil enfrentou 344 mil internações por doenças relacionadas ao saneamento inadequado em 2024, conforme levantamento do Instituto Trata Brasil. Dentre essas, 168,7 mil foram causadas por infecções transmitidas por insetos, com a dengue liderando os casos. As doenças de transmissão feco-oral, como gastroenterites, somaram 163,8 mil internações. Apesar do número elevado, houve uma redução média de 3,6% ao ano nas internações desde 2008.
A situação varia entre as regiões, com a Centro-Oeste apresentando a maior incidência de internações, especialmente devido a surtos de dengue. O Maranhão destacou-se com uma taxa de 42,5 internações a cada dez mil habitantes, seis vezes superior à média nacional. O estudo também revela que a falta de saneamento afeta desproporcionalmente as populações de menor status socioeconômico, com 64,8% das internações ocorrendo entre pessoas pretas ou pardas.
Crianças e idosos são os mais afetados, representando cerca de 20% das internações, com 70 mil crianças de até quatro anos hospitalizadas. Entre os idosos, a taxa de internação foi de 23,6 por dez mil habitantes. O Instituto Trata Brasil estima que a melhoria no acesso à água tratada e ao esgoto poderia reduzir em até 70% as internações, gerando uma economia de aproximadamente R$ 43,9 milhões por ano.
Em 2023, foram registradas 11.544 mortes por doenças relacionadas ao saneamento, com a maioria ocorrendo entre idosos. A mortalidade entre indígenas foi quatro vezes superior à média geral, apesar de representarem uma fração menor do total. O relatório destaca a urgência de investimentos em saneamento para melhorar a saúde pública e reduzir a desigualdade social no Brasil.
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