31 de mar 2025
Recortes de financiamento da saúde global geram crise humanitária sem precedentes
Governo dos EUA interrompe ajuda a programas de saúde, colocando vidas em risco e ameaçando avanços no combate ao HIV e tuberculose.
Sarah, nome fictício por privacidade, é paciente com HIV que vive em Kinshasa, República Democrática do Congo, em 13 de outubro de 2021. (Foto: Charly Kasereka/MSF)
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O governo dos Estados Unidos enviou, em 26 de fevereiro, cerca de 5.200 cartas de cese a programas globais financiados pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) e outras 4.100 a iniciativas do Departamento de Estado e do Plano de Emergência do Presidente para o Alivio do Sida (PEPFAR). Essas ordens de fechamento imediato afetam serviços essenciais de saúde, como tratamento de malária, tuberculose e HIV, em um contexto já crítico de financiamento global.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) expressou sua profunda preocupação com as consequências dessas decisões, que podem resultar em mortes e sofrimento. A interrupção abrupta da ajuda, que começou com uma congelamento de fundos em janeiro, deixou muitas organizações sem recursos, afetando diretamente a assistência a pacientes e a continuidade de tratamentos. Profissionais de saúde relatam angústia e incerteza sobre o futuro de suas comunidades.
Em locais como Khayelitsha, na África do Sul, onde MSF atua há mais de 20 anos, contratos de trabalhadores essenciais foram cancelados, resultando em longas esperas para atendimento e falta de suporte a pacientes em tratamento. Em Zimbábue, a disponibilidade de profilaxia pré-exposição (PrEP) para prevenção do HIV foi severamente limitada, restringindo o acesso a grupos específicos. Na República Democrática do Congo, a falta de fornecimento de antirretrovirais coloca mais de 2.000 pacientes em risco.
MSF alerta que a interrupção da assistência pode reverter anos de progresso no combate ao HIV e à tuberculose, com previsões alarmantes de 6,3 milhões de mortes adicionais relacionadas ao HIV até 2029, caso os cortes se mantenham. A organização enfatiza a necessidade urgente de reverter esses cortes e de um esforço coletivo para garantir a continuidade dos serviços de saúde, especialmente para populações vulneráveis.
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