Semaglutida reduz riscos cardiovasculares em pacientes com diabetes e obesidade

Em um evento do Colégio Americano de Cardiologia, a semaglutida, presente nos medicamentos Ozempic e Wegovy, mostrou resultados significativos na redução do risco de eventos cardiovasculares em pacientes com diabetes tipo 2, obesidade e doenças cardiovasculares ou renais. Quatro estudos da farmacêutica Novo Nordisk revelaram que diferentes dosagens do fármaco diminuíram desfechos negativos entre 13% e 57%. Um estudo específico indicou uma redução de 57% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores em pacientes com sobrepeso ou obesidade e doenças cardiovasculares, comparados a um grupo que não recebeu o tratamento.

Além disso, o estudo SCORE apontou uma menor taxa de hospitalizações por insuficiência cardíaca e morte cardiovascular. O cardiologista Marcelo Franken destacou que a semaglutida é uma ferramenta importante não apenas para perda de peso, mas também para a prevenção de novos eventos cardiovasculares. Em outro estudo com o Wegovy, foi observada uma redução de 22% na carga total de eventos cardiovasculares em participantes com doenças cardiovasculares estabelecidas, sem diabetes, em comparação ao grupo placebo.

A versão de 1 mg da semaglutida, Ozempic, foi avaliada em um ensaio de fase 3, mostrando uma melhora de 13% na distância máxima de caminhada em pacientes com diabetes tipo 2 e doença arterial periférica. Os resultados, publicados no periódico The Lancet, revelaram uma diferença média de 39,9 metros em relação ao placebo após um ano de tratamento. O diretor de Pesquisa Vascular da Universidade do Colorado, Marc Bonaca, ressaltou que a doença arterial periférica pode limitar a qualidade de vida, dificultando atividades cotidianas.

Por fim, a semaglutida oral, Rybelsus, demonstrou uma redução de 14% em eventos cardiovasculares adversos em pacientes com diabetes tipo 2 e doenças cardiovasculares ou renais crônicas. O estudo SOUL, publicado no New England Journal of Medicine, comparou pacientes tratados com placebo. É importante ressaltar que esses resultados foram obtidos em conjunto com hábitos alimentares saudáveis e atividade física, e a automedicação não é recomendada. O ideal é que a prescrição seja feita por um médico especialista, que pode ajustar a dosagem e monitorar possíveis efeitos adversos.