09 de abr 2025
A solidão nas cidades norte-americanas: uma epidemia silenciosa que afeta a saúde mental
Epidemia de isolamento nas cidades dos EUA cresce, mas comunidades hispanas mostram resiliência e formas de socialização que combatem a solidão.
Grupo de dança boliviano no Festival do Dia de Ação de Graças 2024 em Reston, Virginia, Estados Unidos (Foto: Fadrique Iglesias)
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A solidão nas cidades norte-americanas tem gerado crescente preocupação, conforme destacado por um estudo recente do diretor geral de Saúde dos EUA, que aponta para uma epidemia de isolamento. Este fenômeno, visibilizado pela pandemia, afeta a saúde mental e o bem-estar coletivo, refletindo um colapso nas interações sociais. O professor Robert Putnam já havia alertado sobre essa questão em seu livro "Bowling Alone", e a situação se agravou com a individualização acelerada, impulsionada por tecnologias como smartphones e redes sociais.
As comunidades migrantes, especialmente as hispanas, demonstram resiliência e formas de socialização que contrastam com o isolamento predominante. Essas comunidades mantêm redes familiares e práticas culturais que promovem a interação social, como celebrações e sistemas de apoio mútuo. Por exemplo, a comunidade boliviana em Virginia organiza festivais que reúnem milhares de pessoas, enquanto iniciativas como as "cholitas tiktokeras" mostram a força da cultura e da identidade em meio ao desafio do isolamento.
Além disso, a urbanização e a gentrificação têm contribuído para a fragmentação social, dificultando a criação de espaços de convivência. A recente aprovação de normas para facilitar o acesso à habitação em Arlington, por exemplo, enfrenta resistência de grupos que defendem a manutenção de áreas residenciais unifamiliares. Essa tensão revela a necessidade de repensar a estrutura urbana para promover a inclusão e a interação social.
Para combater a solidão, é essencial investir em espaços de socialização que não sejam apenas residenciais ou comerciais. O conceito de "terceiro espaço", que se refere a ambientes que favorecem a convivência, é crucial. As cidades devem se tornar locais de encontro, onde a diversidade cultural, especialmente a latina, possa inspirar novas formas de interação e coesão social, evitando que a solidão se torne uma característica permanente da vida urbana.
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