10 de abr 2025
Medicamentos para diabetes podem reduzir risco de demência, aponta pesquisa recente
Tratamentos com GLP 1, como Ozempic e Wegovy, podem reduzir o risco de demência, revelam novos estudos. A pesquisa destaca efeitos além do controle glicêmico.
Caixas de Ozempic, droga usada para o tratamento de diabetes produzida pela Novo Nordisk (Foto: George Frey/Reuters)
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Uma nova pesquisa publicada no periódico JAMA Neurology revela que tratamentos para diabetes e perda de peso, como Ozempic e Wegovy, podem reduzir significativamente o risco de demência. A análise abrangeu dados de vinte e seis estudos clínicos, envolvendo mais de 160 mil participantes, e investigou a eficácia dos medicamentos da classe GLP-1 (glucagon-like peptide-1) na prevenção da doença. Anteriormente, estudos observacionais já indicavam uma leve redução no risco de demência associada a medicamentos como semaglutida, liraglutida e exenatida.
Os cientistas da Universidade de Galway, na Irlanda, realizaram testes randomizados com pessoas com diabetes tipo 2 que não apresentavam diagnóstico de demência ou comprometimento cognitivo. Os resultados mostraram que o uso de medicamentos GLP-1 pode diminuir o risco de demência durante o período de acompanhamento, que durou pelo menos seis meses. A pesquisa contrasta com um estudo da Universidade da Flórida, que sugeria que inibidores de SGLT2 poderiam reduzir o risco de Alzheimer, mas não encontrou evidências conclusivas nesse sentido.
A pesquisa também sugere que os efeitos dos medicamentos GLP-1 vão além do controle glicêmico, uma vez que atuam na redução da inflamação crônica, um fator reconhecido como causa da demência. A cientista Catriona Reddin, responsável pelo estudo, afirma que ao atenuar a inflamação, os GLP-1 podem desacelerar a morte de células cerebrais e melhorar a proteção contra problemas cardiovasculares, que também são fatores de risco para a demência.
Apesar dos resultados promissores, ainda não é recomendado que pacientes com maior risco de demência sejam tratados com GLP-1 apenas para esse fim. Reddin destaca a necessidade de mais estudos e acompanhamento a longo prazo, defendendo que "ensaios de grande escala devem ser conduzidos especificamente para investigar o efeito da terapia hipoglicemiante sobre a demência e o declínio cognitivo".
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