24 de abr 2025
Kleptomania: transtorno psicológico gera estigma e dificuldade no tratamento
Kleptomania, distúrbio pouco compreendido, afeta até 2,6% da população. Estigma e falta de tratamento dificultam a busca por ajuda.
Um shopping center em Toronto, Canadá, em novembro passado. (Foto: Anadolu via Getty Images)
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Winona Ryder, atriz renomada, ganhou notoriedade mundial em 2001 após ser flagrada roubando em uma loja. O incidente resultou em um julgamento, onde foi condenada a pagar multa, realizar serviços comunitários e buscar terapia para tratar a kleptomania, um distúrbio psicológico pouco compreendido.
Recentemente, pesquisadores têm aprofundado o entendimento sobre a kleptomania, revelando sua prevalência entre 0,3% e 2,6% da população. A psicóloga Lucero Munguía, da Idibell em Barcelona, explica que a kleptomania é um impulso incontrolável de roubar, motivado por uma busca de alívio emocional, seguido de culpa e angústia. A condição é mais comum em mulheres, que representam três quartos dos diagnósticos.
As causas da kleptomania são multifatoriais, envolvendo fatores neurobiológicos e psicológicos. O neurotransmissor serotonina, que regula a impulsividade, é frequentemente associado a esse distúrbio. Além disso, indivíduos com kleptomania costumam apresentar outros transtornos, como transtornos obsessivo-compulsivos e de uso de substâncias.
A estigmatização em torno da kleptomania dificulta o diagnóstico e o tratamento. Muitos pacientes não buscam ajuda devido à vergonha e ao medo de serem julgados. A maioria só procura assistência após problemas legais ou pressão familiar. A psicóloga Susana Jiménez-Murcia ressalta que mais de 65% dos pacientes abandonam o tratamento, em parte pela falta de reconhecimento do distúrbio.
Munguía destaca que a percepção negativa sobre a kleptomania, como a que ocorreu com Winona Ryder, contribui para o estigma. A sociedade frequentemente trivializa esses comportamentos, dificultando que os afetados busquem ajuda. O estudo recente busca caracterizar melhor os perfis de impulsividade e compulsão, visando aprimorar as abordagens terapêuticas e reduzir as taxas de abandono e recaída.
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