24 de abr 2025
Prótese de bambu promete revolucionar mercado com custo acessível e tecnologia inovadora
Pesquisadores da Unesp criam prótese de bambu e resina de mamona, prometendo acessibilidade e redução de filas no SUS. Custo estimado: R$ 2 mil.
Foto de um soldado da Força Aérea dos Estados Unidos durante um exercício de treinamento. (Foto: U.S. Department of Defense)
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Pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) desenvolveram uma prótese transtibial feita de bambu e resina de mamona, com custo estimado em menos de R$ 2 mil. O objetivo é reduzir as longas filas de espera no Sistema Único de Saúde (SUS) para amputados, que atualmente podem levar mais de um ano. A tecnologia foi patenteada pela Agência Unesp de Inovação (Auin) e já há negociações com uma empresa para sua fabricação.
O designer de produtos João Victor Gomes dos Santos, idealizador do projeto, destaca que o bambu possui propriedades mecânicas semelhantes às da fibra de carbono, mas é um material mais acessível e sustentável. Em 2022, 31.190 pessoas passaram por amputações de membros inferiores na rede pública, o que evidencia a necessidade de soluções mais rápidas e econômicas.
Inovação e Sustentabilidade
A prótese de bambu é considerada ecologicamente correta e reciclável. Os pesquisadores utilizam lâminas retiradas da parte externa do bambu, coladas com resina de mamona, permitindo a personalização do produto conforme as necessidades dos usuários. Estudos indicam que a prótese é resistente o suficiente para atender pessoas com até 100 quilos.
O projeto é um dos selecionados para receber apoio do Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Tecnologia Assistiva (CMDTA), criado pela FAPESP em 2024. O CMDTA, sediado na Unesp de Bauru, busca desenvolver tecnologias assistivas que melhorem a qualidade de vida de pessoas com deficiência.
Colaboração e Avanços
O CMDTA reúne 42 pesquisadores de diversas instituições, promovendo a cooperação entre diferentes áreas do conhecimento. O projeto da prótese de bambu será testado em pacientes por profissionais de fisioterapia e ortopedia do Centro Especializado em Reabilitação Sorri-Bauru.
Além da prótese transtibial, o CMDTA também está desenvolvendo um joelho mecânico monocêntrico, que permite ao usuário flexibilizar o movimento, um recurso atualmente disponível apenas em próteses de alta performance. A expectativa é que essas inovações contribuam para a melhoria da locomoção e conforto dos usuários.
A criação de tecnologias assistivas no Brasil enfrenta desafios, como a dependência de importações e a necessidade de maior integração entre centros de pesquisa e a indústria. No entanto, iniciativas como a do CMDTA e do Centro de Tecnologias Assistivas para as Atividades da Vida Diária (CTecvida) visam transformar inovações em produtos acessíveis e de qualidade para o SUS.
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