Saúde

Brasil investe em mosquitos com Wolbachia para combater dengue, zika e chikungunya

Oxitec inicia produção de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia em Campinas, visando proteger 100 milhões de pessoas anualmente.

Fábrica da Oxitec, em Campinas: novas possibilidades (Foto: Divulgação)

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A Oxitec anunciou a produção de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia em Campinas, São Paulo, com o objetivo de proteger 100 milhões de pessoas anualmente. A fábrica deve iniciar suas atividades em setembro de 2025. A bactéria, que impede a transmissão de doenças como dengue, zika e chikungunya, já está presente em cerca de 60% dos insetos do mundo, mas não era encontrada no vetor da dengue.

A instalação da Oxitec, que atua no Brasil há quase quinze anos, adaptará uma área de 2 mil metros quadrados para a produção dos mosquitos. A empresa não divulgou números exatos, mas espera produzir milhões de insetos. Após serem infectados e testados, os mosquitos serão soltos na natureza, onde se reproduzirão com a população local, criando linhagens que não transmitem doenças.

A diretora executiva da Oxitec no Brasil, Natalia Ferreira, afirmou que a empresa aguarda permissões da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com um pedido submetido em março. A expectativa é que o financiamento da prática seja realizado por programas governamentais. A Oxitec já desenvolveu o projeto “Aedes do Bem”, que utiliza mosquitos transgênicos para reduzir a população do vetor da dengue.

Estratégias de Controle

As duas abordagens, mosquitos transgênicos e os infectados com Wolbachia, podem ser utilizadas em conjunto. A estratégia inicial envolve a liberação de mosquitos transgênicos, seguida pela introdução dos mosquitos com Wolbachia. Em áreas com baixa infestação, a bactéria pode ser introduzida diretamente.

Pesquisas anteriores, como a realizada em Niterói em 2021, mostraram uma redução de 70% nos casos de dengue e 60% de chikungunya onde os mosquitos com Wolbachia foram utilizados. Um estudo em Campo Grande também confirmou a eficácia da técnica na redução da dengue.

Expansão e Futuro

O Ministério da Saúde planeja expandir o uso da Wolbachia para 40 cidades até 2025. A técnica foi oficialmente incluída nas diretrizes nacionais de controle vetorial. Em Curitiba, um projeto liderado pela Wolbito do Brasil deve iniciar a produção de 100 milhões de mosquitos por mês, seguindo o modelo de sucesso já testado.

Além disso, a chegada de vacinas contra doenças transmitidas pelo Aedes aegypti complementa as estratégias de controle. A Anvisa já aprovou uma vacina contra chikungunya e aguarda a liberação de uma vacina de dose única para dengue. Luciano Moreira, CEO da Wolbito, destacou que os mosquitos com Wolbachia são uma importante ferramenta, mesmo com a introdução de vacinas.

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