Saúde

Cerca de 50 mil médicos formados em universidades com notas baixas no MEC

MEC e CFM propõem novas avaliações para médicos formados, gerando debate sobre qualidade e autonomia nas instituições de ensino.

A quantidade de vagas em Medicina duplicou nos últimos dez anos (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A quantidade de vagas em Medicina duplicou nos últimos dez anos (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

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Desde 2013, o Brasil formou quase 230 mil médicos, com 21,4% deles graduados em universidades com notas baixas no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade). O Ministério da Educação (MEC) anunciou recentemente uma nova prova anual para formandos em Medicina, que não será vinculada ao diploma. O Conselho Federal de Medicina (CFM) propõe um exame obrigatório para o exercício da profissão, gerando debates sobre a autonomia das instituições de ensino.

Dados do Censo da Educação Superior mostram que, em uma década, 49.336 médicos se formaram em instituições com notas 1 e 2 no Enade. O ensino de Medicina, que movimenta um mercado bilionário, enfrenta críticas devido ao alto custo das mensalidades, que chegam a R$ 9 mil, e à baixa evasão. O crescimento do número de estudantes duplicou nos últimos dez anos, passando de 40 mil atualmente.

A moratória do governo em 2018, que buscou limitar a criação de novos cursos, resultou em uma série de liminares judiciais que permitiram a abertura de milhares de vagas. O Supremo Tribunal Federal decidiu em 2024 que o crescimento deve respeitar as regras do programa Mais Médicos, priorizando áreas com déficit de profissionais. Apesar das novas diretrizes, a retenção de médicos em pequenas cidades continua desafiadora.

Novas Medidas e Controvérsias

O MEC introduziu uma nova prova que poderá ajudar na seleção de profissionais, servindo também como acesso a residências médicas. No entanto, médicos poderão atuar como generalistas sem essa especialização. O CFM defende um projeto de lei que criaria um exame obrigatório, semelhante ao da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), para o exercício da Medicina.

Críticos argumentam que essa prova pode comprometer a autonomia das instituições e criar uma reserva de mercado. A discussão sobre a melhor abordagem para garantir a qualidade da formação médica é urgente, especialmente considerando que cerca de 50 mil formandos vêm de cursos com baixa qualidade. A necessidade de uma avaliação mais rigorosa é essencial para assegurar a saúde pública no Brasil.

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