08 de mai 2025
Governo propõe exame para médicos recém-formados visando melhorar a qualidade profissional
Governo e Congresso preparam exame para recém formados em medicina, visando garantir qualidade em meio ao aumento de cursos e queda de desempenho.
Médicos prestam atendimento em hospital de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio (Foto: Márcia Foletto/Agência O Globo/06/02/2025)
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O governo e o Congresso Nacional estão desenvolvendo um exame para avaliar recém-formados em medicina, com a primeira aplicação prevista para outubro. A iniciativa surge em resposta ao aumento de cursos de medicina no Brasil, que saltaram de 181 para 407 entre 2010 e 2023, principalmente em instituições privadas. A proposta visa garantir a qualidade dos profissionais formados.
Os ministérios da Educação (MEC) e da Saúde estão à frente da elaboração do exame, que se assemelha ao teste aplicado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para advogados. O aumento no número de cursos não foi acompanhado por uma melhoria na qualidade do ensino, conforme aponta o último Exame Nacional de Desempenho Estudantil (Enade). Em 2023, 20% dos cursos avaliados não atingiram o nível satisfatório, um aumento em relação aos 13% de 2019.
Proposta de Exame Nacional de Proficiência
O projeto em tramitação no Senado propõe a criação do Exame Nacional de Proficiência em Medicina, que incluirá provas teóricas e práticas. A proposta impediria que profissionais reprovados iniciassem a carreira. O senador Dr. Hiran (PP-RR), relator do projeto, defende que o exame funcionaria como um filtro para assegurar que apenas médicos capacitados ingressem no mercado.
Entretanto, há divergências entre os partidos. O PT e aliados preferem o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed), que não impede a atuação de reprovados. Dr. Hiran argumenta que um exame de proficiência é necessário e que diferentes mecanismos de avaliação podem ser complementares.
Avaliação Contínua e Qualidade do Ensino
Sandro Schreiber, presidente da Associação Brasileira de Educação Médica, sugere a realização de exames durante o curso para corrigir o aprendizado dos alunos. Ele ressalta que a emissão do diploma deve ocorrer apenas quando o estudante demonstrar estar apto para a prática médica.
A discussão sobre a criação do exame é crucial e deve ser conduzida sem politicagem, com o MEC aberto a contribuições dos Conselhos de Medicina. O objetivo é que os graduados enfrentem um único exame, garantindo a qualidade na formação médica no Brasil.
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