11 de mai 2025
Bióloga revela que humanos cicatrizam mais lentamente que primatas e roedores
Humanos cicatrizam mais lentamente que babuínos e chimpanzés, revelando uma adaptação evolutiva à perda de pelos e ao calor.
Chimpanzés em floresta na Costa do Marfim; eles apresentam processo de cicatrização mais rápido do que o de humanos (Foto: Antoine Vale/Tai Chimpanzee Proj/via Reuters)
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Um novo estudo revela que humanos cicatrizam mais lentamente do que babuínos, chimpanzés e roedores. A pesquisa, publicada no periódico Proceedings of the Royal Society B, sugere que essa lentidão pode ser uma compensação evolutiva pela perda de pelos e adaptação à transpiração.
A bióloga e primatologista Akiko Matsumoto-Oda, da Universidade de Ryukyus, observou babuínos selvagens no Quênia e notou a rapidez com que esses primatas se recuperavam de feridas. Em comparação, a cicatrização humana foi considerada mais de duas vezes mais lenta. Para o estudo, foram recrutados 24 pacientes que se submeteram à remoção de tumores de pele. Os pesquisadores também monitoraram chimpanzés em um santuário no Japão e babuínos em um instituto no Quênia.
Os resultados mostraram que os chimpanzés e outros primatas cicatrizavam a uma taxa média de 0,62 milímetros por dia, enquanto os humanos apresentaram apenas um quarto de milímetro por dia. A bióloga Elaine Fuchs, da Universidade Rockefeller, destacou que a cicatrização depende da presença de pelos, que possuem folículos capilares com células-tronco que ajudam na regeneração da pele.
Evolução e Adaptação
Os humanos, ao longo da evolução, perderam muitos folículos capilares e desenvolveram uma pele mais nua e com glândulas sudoríparas. Essas glândulas, embora ajudem na regulação da temperatura, são menos eficientes na reparação de feridas. O biólogo Daniel Lieberman, da Universidade Harvard, afirmou que essa adaptação permitiu que os humanos se resfriassem melhor em ambientes quentes, favorecendo atividades físicas.
Matsumoto-Oda e sua equipe especulam que o apoio social entre humanos pré-históricos pode ter compensado a cicatrização mais lenta, permitindo que feridos sobrevivessem. Os pesquisadores ressaltam que, apesar da desvantagem na cicatrização, a troca de pelos por suor trouxe vantagens evolutivas significativas.
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