Saúde

Gaslighting médico afeta pacientes e compromete a confiança na saúde mental

Gaslighting médico desqualifica queixas de pacientes, especialmente de grupos minorizados, comprometendo diagnósticos e confiança na saúde.

Gaslighting médico pode ser mais comum entre grupos minorizados (Foto: Libero Malavoglia)

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O fenômeno do "gaslighting médico" tem ganhado destaque, especialmente em relação ao tratamento de pacientes de grupos minorizados. Essa prática envolve a desqualificação das queixas dos pacientes por profissionais de saúde, levando a diagnósticos tardios e desconfiança nas experiências relatadas.

O termo "gaslighting", originado da peça teatral "Gas Light" (1938), descreve a manipulação que faz a vítima duvidar de sua própria percepção. Essa forma de violência psicológica pode ocorrer em diversas relações, incluindo as de natureza médica. Recentemente, relatos de pacientes na Folha de S.Paulo evidenciaram como a desvalorização de sintomas pode resultar em consequências graves para a saúde.

O psicanalista Sándor Ferenczi já abordava os efeitos traumáticos do desmentido, onde a negação da experiência do outro leva à dúvida sobre si mesmo. Essa dinâmica é especialmente prejudicial em ambientes de saúde, onde a escuta atenta é crucial. A falta de compreensão das vivências subjetivas dos pacientes pode resultar em uma clínica insensível ao sofrimento.

Desafios na Saúde

Os desafios enfrentados por profissionais de saúde, como a sobrecarga de trabalho e a pressão por produtividade, contribuem para essa situação. A formação técnica muitas vezes prioriza protocolos em detrimento da construção de uma relação de confiança com o paciente. Essa abordagem pode intensificar a desconfiança e o sofrimento emocional.

Além disso, a interseccionalidade de gênero, raça e classe social agrava o problema. Estruturas sociais que hierarquizam saberes e subjetividades dificultam a escuta e a empatia nas relações médicas. É fundamental que a formação na área da saúde inclua a importância da subjetividade e da escuta sensível, integrando rigor técnico com uma abordagem humanizada.

A necessidade de um cuidado que reconheça a dor alheia é essencial para melhorar a experiência do paciente e a eficácia do tratamento. A escuta atenta não deve ser vista como uma alternativa ao rigor técnico, mas como uma parte integrante do cuidado médico.

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