Jonathan Haidt propõe medidas para proteger crianças do impacto das redes sociais

O psicólogo social Jonathan Haidt, autor de "A Geração Ansiosa", defende medidas rigorosas para proteger crianças e adolescentes do uso excessivo de tecnologia. Durante sua visita ao Brasil, ele participará de palestras sobre o impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens. Haidt destaca que, apesar da polarização política, todos os pais se preocupam com o bem-estar de seus filhos.

Haidt aponta que o uso precoce de smartphones e redes sociais, como Instagram e TikTok, está associado ao aumento de casos de depressão, ansiedade e suicídio entre jovens. Ele sugere quatro medidas para mitigar esses problemas: proibir smartphones até 14 anos, permitir acesso a redes sociais apenas após 16 anos, banir celulares nas escolas e promover mais brincadeiras autônomas. As duas primeiras medidas requerem apoio governamental, enquanto as outras podem ser implementadas por famílias e comunidades.

O psicólogo elogia legislações recentes no Brasil e na Austrália. No Brasil, uma nova lei proíbe o uso de celulares durante aulas e intervalos em escolas públicas e privadas. Haidt considera essa legislação essencial e destaca que o Brasil é um dos primeiros países a adotar tal medida. Na Austrália, a idade mínima para abrir contas em redes sociais foi elevada para 16 anos, com a exigência de verificação de idade pelas plataformas.

Haidt participará do evento Fronteiras do Pensamento em São Paulo, onde discutirá a relação entre jovens e redes sociais. O evento, que contará também com a presença da escritora Chimamanda Ngozi Adichie e do neurocientista António Damásio, já teve todos os ingressos esgotados. A CNN Brasil é parceira do evento.