Mortes em acidentes de moto aumentam e pedem urgência em políticas de segurança

A frota de motocicletas no Brasil cresceu 40% nos últimos 30 anos, mas os acidentes com motos se tornaram a principal causa de mortes no trânsito, totalizando 34,9 mil óbitos em 2023, segundo o Atlas da Violência. O aumento de 3% em relação a 2022 destaca a urgência de medidas eficazes para a segurança dos motociclistas.

Em São Paulo, a implementação de faixas exclusivas para motos resultou em uma redução de 47,2% nas mortes de motociclistas, com o número caindo de 36 para 19 entre 2023 e 2024. Essas faixas, conhecidas como faixas azuis, já estão presentes em quase 50 avenidas da cidade, totalizando mais de 220 quilômetros. A taxa de severidade de acidentes dentro dessas faixas é significativamente menor, com 1,22 vítimas graves ou fatais a cada cem acidentes, em comparação a 24,72 fora delas.

Apesar dos avanços, as mortes gerais de motociclistas aumentaram 19,8% em 2023, passando de 403 para 483. Isso evidencia que, embora iniciativas como as faixas azuis sejam promissoras, não há uma solução única para o problema. A falta de treinamento e campanhas de conscientização sobre os riscos do trânsito ainda são desafios a serem enfrentados.

A motocicleta é uma ferramenta de trabalho para muitos jovens de famílias de baixa renda, como entregadores e motoboys, que enfrentam pressões para entregar rapidamente. A combinação de incentivos econômicos e a falta de fiscalização contribuem para um cenário perigoso. As autoridades precisam adotar uma abordagem integrada, baseada em evidências científicas, para reduzir os acidentes e proteger os motociclistas nas ruas.