Aumenta em 69% afastamentos de trabalhadores no Brasil por dor nas costas em 2024

Cerca de 562 trabalhadores no Brasil são afastados diariamente por dor nas costas. Em 2024, o país registrou 205.142 afastamentos, um aumento de 69% em relação a 2023, quando foram 121.450 casos. A dorsalgia, dor na região das costas, foi a principal causa, com a fadiga muscular associada ao uso excessivo de celulares como um fator significativo.

De acordo com o Ministério da Previdência Social, a dor nas costas é a principal razão para pedidos de benefício por incapacidade temporária, que requerem mais de 15 dias de afastamento. Especialistas apontam que a má postura, o sedentarismo e o estresse são os principais fatores que contribuem para o aumento desses casos. Francisco Cortes Fernandes, presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT), destaca que a dor muscular é o distúrbio mais comum, resultante da fadiga da musculatura das costas.

Renato Ueta, diretor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), ressalta que o uso do celular, que leva as pessoas a ficarem de cabeça baixa por duas a três horas diárias, está diretamente relacionado ao aumento da dorsalgia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 80% da população já tenha ou terá dor na coluna em algum momento da vida.

A dor nas costas pode ser classificada em cervicalgia (pescoço), dorsalgia (meio da coluna) e lombalgia (parte inferior das costas). A dorsalgia foi a responsável pela maioria dos afastamentos em 2024. Sinais de alerta incluem dor persistente, fraqueza muscular e formigamento, que devem ser avaliados por um especialista.

Mudanças nos hábitos de vida são essenciais para o tratamento da dor nas costas. Ueta enfatiza a importância da atividade física, que deve ser realizada conforme a dor permitir. Além disso, manter uma boa postura e adotar hábitos ergonômicos são medidas fundamentais para prevenir problemas na coluna.