Órgãos de saúde buscam soluções para enfrentar crise global após cortes dos EUA

Dois importantes grupos globais de saúde, o Fundo Global de Combate à Aids, Tuberculose e Malária e a Gavi, estão em negociações para fundir algumas de suas funções. O objetivo é enfrentar uma crise de financiamento que afeta suas operações. As conversas, que já ocorrem há anos, ganharam urgência devido a cortes nos orçamentos de ajuda, especialmente após a administração Trump.

Peter Sands, diretor executivo do Fundo Global, destacou que a situação atual é uma crise que exige uma reavaliação do ecossistema de saúde global. Em resposta, as duas organizações formaram um grupo de trabalho no ano passado para explorar maneiras de colaborar mais efetivamente, incluindo a participação do Mecanismo de Financiamento Global do Banco Mundial.

Colaboração em Projetos

A cooperação entre Gavi e o Fundo Global já se manifesta em projetos conjuntos, como a implementação de vacinas contra a malária e a distribuição de mosquiteiros. Sania Nishtar, diretora executiva da Gavi, enfatizou que a intenção não é unir as estruturas, mas sim otimizar operações em nível local, facilitando a vida dos países atendidos.

Ambas as organizações estão em busca de arrecadar fundos significativos: US$ 18 bilhões para o Fundo Global no período de 2027 a 2029 e US$ 9 bilhões para a Gavi entre 2026 e 2030. Doadores têm pressionado por maior eficiência ao considerar novos compromissos financeiros, dado o impacto positivo que essas entidades tiveram na saúde global desde os anos 2000.

Desafios Internos

A Gavi já iniciou um programa de demissão voluntária entre seus 650 funcionários, visando simplificar suas operações. O Fundo Global, que conta com cerca de 1.200 colaboradores, não comentou sobre possíveis cortes. Bill Gates, um dos principais financiadores de saúde global, tem conversado com governos sobre a importância das duas organizações e a necessidade de garantir que os recursos sejam utilizados de forma eficaz.