Saúde

Cozinhar mais e discutir gênero são essenciais para vencer os ultraprocessados

Cozinhar deve ser valorizado como prática coletiva nas políticas alimentares, enfrentando desigualdades e promovendo saúde e cultura.

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Alimentos ultraprocessados têm se tornado predominantes nas dietas ao redor do mundo, elevando o risco de doenças crônicas e alterando as relações sociais com a comida. O debate sobre gênero nas políticas alimentares precisa ser reposicionado, destacando o ato de cozinhar como uma prática coletiva e transformadora.

Esses produtos, que dominam as prateleiras dos supermercados, promovem mudanças nos hábitos alimentares globais. O Guia Alimentar para a População Brasileira recomenda priorizar alimentos in natura ou minimamente processados. Cozinhar é essencial para a saúde e a cultura alimentar, mas requer tempo e conhecimento, recursos que não são igualmente distribuídos.

Historicamente, o ato de cozinhar é associado ao papel feminino, o que resulta em uma sobrecarga para as mulheres. Dados do IBGE mostram que, em 2022, as mulheres dedicavam em média 17,8 horas semanais aos afazeres domésticos, enquanto os homens apenas 11 horas. Essa desigualdade é um reflexo da desvalorização do trabalho reprodutivo.

Desafios e Oportunidades

A crescente presença de ultraprocessados na alimentação exige estratégias que considerem as desigualdades sociais. Políticas públicas que promovam a regulação, rotulagem e educação alimentar são fundamentais. Além disso, é crucial reposicionar o debate de gênero como um eixo estratégico nas discussões sobre alimentação.

O Brasil já possui iniciativas que colocam o cozinhar no centro das políticas públicas. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) oferece refeições saudáveis a milhões de estudantes, valorizando o trabalho de cozinheiras e cozinheiros. As Cozinhas Solidárias, por sua vez, demonstram como o ato de cozinhar pode ter um impacto social significativo.

Reconhecer o valor do cozinhar não é um retorno ao passado, mas sim um passo necessário para transformar o sistema alimentar e as relações sociais que o sustentam. A promoção de uma nova ética do cuidado pode ajudar a resgatar o valor do ato de cozinhar, tornando-o uma responsabilidade coletiva e uma prática transformadora.

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